O espaço
correspondente ao antigo refeitório dos frades sofreu significativas
intervenções que lhe retiraram escala com o corte do
seu pé direito duplo para criação de um piso
intermédio onde vieram a ser instalados gabinetes. Porém
mantêm-se algumas características de origem conventual
ao nível do pavimento que ainda conserva uma parte enxequetada
em mármore branco e negro, e das paredes, onde permanecem 18
dos painéis de azulejos originais (restaurados entre 1997 e
1999), datáveis de cerca de 1770 pelo seu estilo rococó
do período pombalino. De possível proveniência
oficinal lisboeta, são pintados a azul sobre fundo branco,
com cercaduras polícromas a amarelo, roxo, verde e azul. 11
dos painéis representam episódios da vida de São
Bento e os restantes 7 reproduzem cenas da vida quotidiana.
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Os 11 painéis
hagiográficos são baseados na biografia escrita por
Gregório Magno, em 593, e iconograficamente relacionados com
as gravuras italianas de Bernardino Passeri que ilustravam o Speculum
et aexemplum christicolarum. Vita Beatissimi Patris Benedicti, publicado
no final do século XVI por Ângelo Sangrino e profusamente
utilizados como fonte para a realização de outros painéis
de azulejo como os dos mosteiros de São Martinho de Tibães,
de São Bento (Viana do Castelo), de São Bento da Vitória
(Porto), de Santa Cruz (Lamego) e da Encarnação (Lisboa).
Os 7 painéis,
com temas de género, são iconograficamente relacionáveis
com gravuras francesas da época.
Neste antigo
espaço conventual esteve instalado o Arquivo Nacional da Torre
do Tombo até 1990, data em que passou para o edifício
da Alameda das Universidades edificado para o propósito.
Submetido a obras de adaptação que ainda decorrem, virá
a ser a futura sala de exposição permanente do Museu
da Assembleia da República.