A Escadaria
Nobre foi inicialmente projectada pelo arquitecto
Ventura
Terra e reformulada
no seu traçado pelo arquitecto António Lino , nos anos de 1936-1937.
Veio substituir a antiga escadaria do Convento, originalmente revestida
por painéis de azulejos datados de 1630, decorados com ornatos vegetalistas,
zoomórficos e antropomórficos, e o
brasão
da Ordem de São Bento (hoje
no Museu Nacional do Azulejo).
Os topos das 8 portas a que a escadaria
dá acesso, são coroados por frontões triangulares com grupos escultóricos
da autoria de Leopoldo
de Almeida, representando as 8 províncias de Portugal
à época (Trás-os-Montes, Minho, Beira Litoral, Estremadura, Beira
Alta, Beira Baixa, Alentejo e Algarve) identificadas pelos brasões
de 8 das principais cidades onde se reuniram as Cortes no País (Guimarães,
Braga, Porto, Lisboa, Leiria, Santarém, Évora e Almeirim) e pelas
actividades económicas que melhor as caracterizavam então (a agricultura
e a pesca).
As paredes do andar superior da escadaria
estão decoradas com seis pinturas murais de género histórico agrupadas
em dois trípticos, integrados em arcos de volta perfeita, da autoria
de Martins
Barata, realizadas entre 1940 e 1943 e intituladas
"A
Defesa da Pátria" e "A
Prosperidade da Nação", tal como determinava a encomenda. Porém,
por alusão directa às representações escolhidas pelo autor para tratar
os temas, são vulgarmente conhecidas como “As Cortes de Leiria” e
“Alegoria às Forças Produtivas da Nação”.
Pintado na parede direita, do lado da Assembleia,
o primeiro tríptico recria o episódio histórico das Cortes de Leiria
(1254) – as primeiras em que, ao lado do clero e da nobreza, tomaram
assento representantes do povo e procuradores dos concelhos, reunidos,
todos, em prol da defesa nacional.No painel central, num fundo palaciano,
pode observar-se
D. Afonso III, entronizado, rodeado pelos funcionários
do Paço. No painel da esquerda, está o Clero parecendo sair da Capela
de São Pedro, e no painel da direita, a Nobreza com o Castelo de Leiria
ao fundo.
Na parede esquerda, do lado da Câmara Corporativa,
foi pintada uma alegoria às forças produtivas da Nação no século XV.
No painel central, foi representada a Indústria (pesca, fiação, tanoagem,
ourivesaria, imaginária, alvenaria, Artes, Ciências e Humanidades).
No painel da esquerda, está a Agricultura (lavra, sementeira, pecuária
e plantação de árvores de fruto) e no painel da direita o Comércio
(urcas e naus, mareantes e mercadores).