Assembleia da República

.

Assembleia da República


   
  topo da página
Voltar à página principal Voltar à página principal
   

ACTIVIDADE DO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Dr. João Bosco Mota Amaral
Início de funções: 10.04.2002
Fim de funções: 16.03.2005


Uma Agenda para cumprir


Eleição do Presidente da Assembleia da República em 10 de Abril de 2002

Discurso após a eleição como
Presidente da Assembleia da República
(10 de Abril de 2002)

Senhoras Deputadas e
Senhores Deputados:

Por temer as emoções, preferi passar a escrito previamente o que tenho para dizer. Nisto procedi conforme o sábio conselho, que já vi atribuído ao grande Churchill: "De improviso, não convém dizer senão: Bom dia!"

Começo por agradecer, comovidamente, a confiança que me foi manifestada, em votação por sufrágio secreto, para exercer as funções de Presidente da Assembleia da República. Procurarei ser sempre digno dela, desempenhando o mandato, agora recebido, nos termos da Constituição e do Regimento, com independência perante todos os Grupos Parlamentares, indispensável para a todos poder tratar com lealdade e com justiça.

A Assembleia da República é, pela sua própria natureza, o órgão de soberania representativo dos cidadãos e das cidadãs de Portugal, residentes no território nacional ou espalhados nas sete partidas do Mundo, nas Comunidades Portuguesas, que são o nosso enlevo e o nosso orgulho.

Ao assumir as pesadas responsabilidades da presidência desta Câmara, o meu pensamento dirige-se ao Povo Português - que, no exercício da sua Soberania, a todos nos escolheu, em eleições livres e segundo a sua livre opção - para lhe dirigir uma saudação respeitosa, que é simultaneamente um compromisso de zelo pelo interesse nacional e de muito trabalho em serviço dele.

De entre o conjunto do nosso País, pede-me o coração que destaque, para uma saudação especialíssima, a minha Terra-Mãe, as belas ilhas dos Açores e as suas gentes, o Povo Açoreano, hoje aqui presente, nas galerias, através de alguns dos seus dignos representantes eleitos; juntamente com as ilhas do Arquipélago da Madeira, os Açores prolongam, no meio do Atlântico, a comunidade nacional, constituindo lá, livremente, Portugal.

Saúdo também as Senhoras Deputadas e os Senhores Deputados, titulares legítimos do mandato democrático, que exprime a liberdade da Nação Portuguesa e por isso credores de geral consideração e das minhas homenagens pessoais. Quero trabalhar com todos os membros da Representação Nacional em moldes iguais, de transparência e de cordialidade. Peço compreensão e indulgência para algum mais que provável nervosismo ocasional e para os erros de juízo e decisão que, às vezes dramaticamente - mas, espero, não será nunca o caso! - exprimem as limitações da condição humana. Desde já agradeço as críticas, desassombradas e frontais, que me ajudem a permanecer no meu propósito inicial de presidir bem e de acertar, prudentemente.

Cumprimento os funcionários da Casa, da Secretaria-Geral e dos Grupos Parlamentares, de todas as categorias e qualificações. Aprecio a competência e a dedicação de todos; de todos espero um entusiasmo sempre renovado para uma superação profissional constante, apontada a padrões de verdadeira excelência.

Cumprimento também os representantes dos órgãos de comunicação social, escrita, radiofónica e televisiva, bem como os fotógrafos e operadores de câmara, cuja tarefa assume cada vez mais profunda significação jornalística. A todos cabe o espinhoso encargo de mediatizar, para informação da opinião pública, os trabalhos do Parlamento, com liberdade e responsabilidade. No que estiver sob o meu poder, assegurarei disponibilidade e abertura.

Saúdo, finalmente - os últimos são os primeiros! - o Senhor Presidente da República; o Senhor Primeiro-Ministro e todos os membros do Governo, muitos dos quais são aliás também Membros do Parlamento; os Tribunais e as Magistraturas que os servem; as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira; as Autarquias Locais; a Administração Pública; as Forças Armadas; as Universidades; e todas as outras instituições através das quais se organiza e exprime a sua perene vitalidade a sociedade portuguesa, livre e plural. Com todas estas entidades desejo manter, em nome da Assembleia da República, diálogo e cooperação; e aos órgãos de Soberania, mencionados, com a devida homenagem, prometo respeito e solidariedade.

Senhoras Deputadas e
Senhores Deputados:

Feitos os cumprimentos da praxe, que nem por isso são menos sentidos, é tempo de me dirigir ao meu ilustre antecessor na cátedra curul do Parlamento.

Sobre as elevadas qualidade humanas, o brilho intelectual, o inigualável percurso político do Senhor Deputado Almeida Santos abundantemente se tem falado nesta Casa, em diversas ocasiões e a partir das diferentes bancadas parlamentares.

Todos lhe reconhecemos a inteligência, a elegante gentileza, o requintado bom-humor; todos lhe admiramos a amplitude de horizontes culturais, o domínio da língua, falada e escrita e a beleza do estilo, o discernimento de jurista de alto gabarito, que fez dele o grande legislador da fase de transição e implantação democrática no nosso País; todos queremos partilhar o seu compromisso vital com a democracia e os direitos humanos, a inquietação solidária pelos povos de língua portuguesa, a sabedoria, que vê longe, perante os problemas e as incertezas do Mundo, no dealbar do século XXI.

Considero muito difícil suceder a António Almeida Santos como Presidente da Assembleia da República. A sua forte personalidade, de homem, de intelectual e de político, marcou a função em termos indeléveis, grangeando-lhe prestígio, no âmbito nacional e internacional. Honrarei sempre uma tão distinta e rica herança, que se junta ao património acumulado por todos os antigos titulares do cargo, desde o inesquecível Presidente Henrique de Barros, na Assembleia Constituinte nascida da Revolução do 25 de Abril, até ao Presidente António Barbosa de Melo, que tanto me honra e à Câmara pela sua companhia, hoje.

A Assembleia da República, rememorando o mandato presidencial agora findo, gratamente reconhece o salto qualitativo verificado nas condições de trabalho dos parlamentares e dos funcionários, no acesso às novas tecnologias, na conservação e enriquecimento do património histórico, cultural e artístico do Palácio de São Bento e seus anexos. Em todas estas tarefas, os colaboradores directos do Presidente Almeida Santos tiveram dedicada participação, por todos se impondo destacar a Secretária-Geral, Senhora Conselheira Maria Adelina Sá Carvalho e o Chefe de Gabinete, Dr. Jorge Monte Cid, ambos eles intrépidos e zelosos servidores do Parlamento.

Na hora da despedida ao Presidente Almeida Santos (assim o hei-de tratar sempre!) - liberto da responsabilidade directa das cargas presidenciais, mas não da obrigação de me dar bons conselhos (para cujo cumprimento já lhe reservei um gabinete, bem perto do meu), menos ainda do livre desempenho do seu mandato parlamentar - nesta hora, a Assembleia da República, sabendo como ele tem em pouco honrarias de qualquer tipo, só pode dizer-lhe, cordialmente: - Muito obrigado!

Senhoras Deputadas e
Senhores Deputados:

Permitam-me que deixe bem claro, desde o primeiro momento: - não venho simplesmente ocupar um lugar, trago uma agenda para cumprir! E esta resume-se em promover a melhoria da qualidade do trabalho do Parlamento. Digo-o assim, de forma cautelosa e até humilde, porque não se trata de tarefa que um só, nem sequer o Presidente da Assembleia da República, possa levar a cabo por si próprio. Exige o compromisso e o empenho de todos! Caber-me-á, quanto muito, uma função dinamizadora, que aliás se coaduna perfeitamente com a noção por mim subscrita acerca do poder e do seu exercício, que deve ser sobretudo servir.

Por outro lado, prefiro apontar objectivos limitados e realistas, do que perder-me em grandiloquentes formulações sobre a reforma do Parlamento e do próprio sistema político, tarefas certamente prioritárias nesta legislatura com poderes constituintes, mas de cuja iniciativa são responsáveis exclusivos os partidos políticos. Por outro lado, não me desonera a consciência lastimar-me vãmente sobre a desvalorização da nossa instituição face ao novo poder mediático, quando julgo haver medidas a tomar imediatamente para recuperar o peso político do Parlamento e reforçar a consideração social que merece.

Recordo a exclamação de John Kennedy, no início dos anos sessenta, ao desafiar a América para a grande arrancada, que a haveria de conduzir ao apogeu: - "Não estamos satisfeitos; podemos fazer melhor!" No que toca ao trabalho do Parlamento, e apesar dos avanços progressivamente comprovados, julgo que essa verificação e esse propósito se aplicam com todo o rigor.

Refiro-me desde logo à elaboração das leis, que é a nossa prerrogativa mais excelsa. Não para reclamar maior presteza no processo legislativo, que requer sempre prudência e por isso reflectida ponderação. Julgo até que o nosso País tem leis a mais, muitas delas supérfluas e outras desactualizadas, desacreditadas e caídas em desuso, umas e outras exigindo expressa revogação. O que me parece desejável é que as iniciativas legislativas recebam a atenção e o profundo estudo merecidos, de modo que o conteúdo e a justificação das alterações pretendidas fiquem bem claros, permitindo à Assembleia da República um juízo fundamentado sobre a justiça, conveniência e oportunidade delas.

No acompanhamento e fiscalização da actividade do Governo e da Administração podemos decerto introduzir algumas novidades. Trabalhos levados a efeito nas duas legislaturas anteriores, relativos à revisão do Regimento da Assembleia da República - outra tarefa a realizar com urgência - apontaram para a necessidade de recentrar no Parlamento o debate político. Convém que os membros do Governo participem mais nas nossas reuniões; o Primeiro-Ministro e os Ministros devem vir aqui, com regularidade, responder a perguntas; vou pedir mesmo ao novo Primeiro-Ministro que os anúncios de medidas de política, para dar execução ao Programa do Governo ou para fazer face a problemas de actualidade, passe a ser feito perante o Parlamento, em sessão plenária ou das comissões competentes, sujeitando-se assim logo à prova de fogo do debate contraditório, que é aliás poder e dever primordial dos parlamentares e constitui estímulo para a qualidade da acção governativa.

Das comissões, através dos respectivos presidentes, pretendo exigir muito. Em qualquer parlamento que se preze, por este mundo fora, o trabalho das comissões é hoje fundamental. Não devemos regatear meios, materiais e sobretudo humanos, para que o resultado do seu labor tenha a qualidade devida. Desaconselharei a realização de reuniões de comissão enquanto decorrem as nossas sessões plenárias; prefiro que estas sejam curtas e intensas, preenchidas com a discussão viva de temas relevantes e actuais, deixando a segunda parte da tarde livre para reforçar o calendário das comissões. O desempenho delas deve ser acompanhado pela Presidência e também pelo Plenário, nos termos estatuídos no nosso Regimento.

Serei o primeiro a estimular a iniciativa das comissões para que acompanhem e vão mesmo à frente dos problemas que o nosso País em cada altura atravessa, em vez de se confinarem à atitude passiva de apreciarem os diplomas que lhes sejam distribuídos. Desejo para o Parlamento um papel activo perante a sociedade portuguesa, que torne evidente aos cidadãos e às cidadãs o valor e a utilidade do mandato conferido aos Deputados e às Deputadas nas eleições para a Assembleia da República e portanto do seu próprio voto também. Sem pôr em causa a intervenção das associações cívicas e das organizações não governamentais, que são veículo para uma mais intensa participação, aprofundando a vivência da democracia, considero inaceitável que o Parlamento não reivindique nem assuma a posição liderante nas principais matérias que preocupam a sociedade, sobretudo sempre que esteja em causa a defesa e promoção dos direitos humanos. Foi para isso afinal que fomos eleitos pelo Povo Português!

Entendo portanto que o Parlamento deve abrir-se mais ao contacto com as entidades sociais e com os cidadãos e as cidadãs, em vez de se confinar dentro das quatro paredes deste histórico Palácio de São Bento. As portas hão-de estar sempre patentes aos peticionários e a quem tenha algum contributo valioso ao exercício das nossas competências constitucionais. Mas nós próprios temos de ir ao encontro das pessoas, individualmente, conforme é costume cada um fazer no círculo por que é eleito, e mediante deputações parlamentares, que dêem fé do interesse do Parlamento pelos progressos e também pelos problemas e dificuldades que se verificam na sociedade portuguesa.

É minha intenção valorizar a representação da Assembleia da República no exterior, contribuindo, mediante o exercício esclarecido de uma verdadeira diplomacia parlamentar, para maior visibilidade e mais alto perfil das relações externas do Estado Português. O diálogo inter-parlamentar, no âmbito da União Europeia, tem-se revelado frutuoso e tenciono prosseguir, com o maior empenho, a participação portuguesa nele. Julgo que, face ao anunciado alargamento da União, o papel de Portugal pode ser reforçado com a tomada de iniciativas em relação aos novos membros, muitos deles de dimensão semelhante à nossa e confrontados com problemas de transição, relativamente aos quais temos valiosa experiência a partilhar.

Às nossas delegações em organismos parlamentares internacionais dedicarei particular atenção. A elas deverão candidatar-se Membros do Parlamento que tenham as necessárias disponibilidade e aptidões. O trabalho que aí venham a realizar e que todos seguiremos, através dos mecanismos regimentalmente previstos, resultará decerto em prestígio para Portugal.

Os Grupos Parlamentares de Amizade constituem um instrumento mais de projecção externa do Parlamento, propiciando melhor entendimento mútuo entre os Estados e entre os povos. Proporei, em tempo oportuno, regras novas sobre a criação e funcionamento deles. Julgo que devem obedecer a critérios de prioridade, definidos em função do interesse nacional. Considero-os importantes também para o acompanhamento, no plano político, dos diversos programas de cooperação inter-parlamentar de tipo técnico-administrativo, que a Assembleia da República mantém, nomeadamente na área da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Muito naturalmente, prestarei especial atenção ao diálogo e à cooperação institucional da Assembleia da República com as Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Noutro plano, as diversas entidades que funcionam na órbita do Parlamento hão-de ser devidamente acompanhadas.

Para o cabal desempenho das tarefas que enunciei, conto com a ajuda dos membros da Mesa a eleger pela Câmara, antes de mais com os Vice-Presidentes. Com eles tenciono formar uma equipa coesa, baseada em relações de lealdade e confiança mútua, que dê vibrante testemunho de não serem a pluralidade de opiniões e os diferentes compromissos partidários obstáculo intransponível, quando se trata de trabalhar para a eficácia e o prestígio da Assembleia da República, na prossecução do interesse do Estado Português. Vou já prevenindo que pedirei conselho, delegarei competências, repartirei missões, reclamando, em contrapartida, a exigível disponibilidade.

Senhoras Deputadas e
Senhores Deputados:

É meu firme propósito fazer, no exercício do cargo para que fui eleito, discursos breves e optimistas. Por excepção tenho hoje de ser mais longo, pois convém dizer, no primeiro dia, algumas coisas, que assim não será necessário repetir.

No nosso tempo, como é bem sabido, a imagem conta muito. Nós todos é que fazemos a imagem do Parlamento. Por isso a imagem do Parlamento será aquela que nós quisermos. Não duvido que todos queremos que os nossos concidadãos e as nossas concidadãs considerem a Assembleia da República uma instituição onde se trabalha muito e bem, com qualidade, num clima de convivência plural e de respeito mútuo, em patriótico serviço dos interesses de Portugal. Aquilo que cada um de nós, concretamente, se propuser fazer neste sentido, marcará a legislatura agora iniciada.

Os nossos trabalhos estão submetidos a uma mediatização extrema, que com a transmissão televisiva directa das sessões plenárias, passou mesmo a ser, quanto a elas, total. É impossível manter hoje os hábitos típicos de clube social com direito de admissão reservado, que marcaram, desde o século XIX, as praxes parlamentares. O que aqui dizemos ou fazemos - ou até não fazemos... - é observado criticamente pelos portugueses e pelas portuguesas, através das emissões televisivas.

Convém não esquecer que a televisão é, como dizem os entendidos, um meio frio, por onde passam particularmente mal certos incidentes mais acalorados ou uma generalizada falta de atenção e sem cerimónia. Por outro lado, evitando cair no exagero da política-espectáculo, devemos ter presente quanto vale o enquadramento, incluindo na sua componente humana. Apelo à dedicada colaboração de todos para que se respeite rigorosamente a pontualidade, sejam cumpridas as regras sobre assiduidade e sobre quorum, de funcionamento e mais ainda de votação, se evite uma informalidade excessiva. O Parlamento tem de ter uma certa solenidade própria; e quando aí se afrouxa, naquele mínimo de cerimonial indispensável, é o Estado democrático que fica a perder. Tudo isto por elementar respeito pelo mandato que solenemente nos conferiu, em eleições livres, o Povo Português.

Gostaria muito - gostaríamos todos, certamente - que a nona legislatura agora iniciada fosse, como a Nona Sinfonia, diferente, melhor e mais bela do que todas as anteriores. Isto não envolve qualquer censura ou menosprezo pelo passado, que de todos nós só merece admiração e até mesmo gratidão. Mas no seguimento de eleições gerais é sempre um novo período que desponta, proporcionando a oportunidade para, como se diz, mudar de vida e começar de novo.

Acresce que uma parte importante dos actuais Membros do Parlamento, mais de um terço, julgo eu, faz agora a sua estreia. Para eles, uma saudação especial. Mas mesmo os mais antigos, retemperados pelo intenso contacto com o povo, que a campanha eleitoral proporcionou, regressam cheios de energia, com o firme desejo de dar satisfação às aspirações e exigências que lhes foram formuladas pelos cidadãos e pelas cidadãs, em toda a volta do nosso País. É por isso também que as eleições são fundamentais para a democracia, funcionando as campanhas eleitorais como uma injecção intra-venosa de entusiasmo para os parlamentares.

Exorto as direcções dos Grupos Parlamentares a distribuírem tarefas entre os respectivos membros, não deixando nenhum de fora, sem um trabalho concreto de responsabilidade parlamentar, que o motive a participar intensamente. A principal função da liderança e a prova real da sua capacidade consiste precisamente em saber dar a cada um a missão que lhe corresponde, em função das aptidões próprias e dos seus interesses peculiares.

Nós somos, em sentido rigoroso, os eleitos da Nação, para nos empenharmos num serviço de ressonância patriótica, cujo peso e dignidade temos de sentir sobre os nossos ombros, em cada dia.

É corrente falar-se, em tom de lástima, da crescente abstenção em actos eleitorais, sintoma de um certo mal-estar larvante entre os cidadãos e as cidadãs, aparentemente desiludidos, senão mesmo zangados, com as instituições democráticas e os responsáveis políticos. Temos todos de trabalhar muito e seriamente para corrigir as possíveis razões desse julgamento negativo, assumindo cada um a sua quota-parte da culpa, que porventura exista, em tão preocupante estado de coisas.

Mas o mais estimulante desafio para um trabalho árduo, no desempenho dos nossos poderes constitucionais, é-nos feito sobretudo pelas 5.433.924 pessoas, homens e mulheres, jovens ou menos jovens, ricos e pobres, com variados graus de cultura, que no passado dia 17 de Março saíram de suas casas e foram efectivamente depositar nas urnas o boletim de voto, contendo a livre expressão da sua vontade, assim dando conteúdo, uma vez mais, à liberdade e soberania da nossa comunidade nacional.

É por mandato expresso do Povo Português - em toda a geografia do nosso território plural e nas comunidades de emigrantes, bem como no pluralismo das suas livres opções político-partidárias - que aqui estamos todos; para darmos o nosso contributo à continuidade e engrandecimento de um exaltante projecto colectivo, que, no meio de muitas dificuldades, vem atravessando os séculos e as gerações e tem por nome: Portugal!

 

| Início | Boas-Vindas | Uma Agenda para Cumprir | Biografia | Agenda |
| Comunicados de Imprensa | Notícias | Intervenções | Entrevistas e Textos de Opinião |
| Despachos | Visitas Oficiais | Audiências | Galeria Fotográfica |
| Composição do Gabinete |