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HOMENAGEM A MÁRIO SOARES

"Sempre considerei – e considero – a Assembleia da República como o centro vital da democracia. Honro-me de ter sido parlamentar. Deputado às Constituintes, fui sucessivamente reeleito em todas as legislaturas. Nos últimos dez anos vivi momentos históricos, exaltantes, neste hemiciclo, de que guardo indelével recordação."

Mário Soares na tomada de posse como Presidente da República, 9 de março de 1986.
Cerimónias fúnebres (Mosteiro dos Jerónimos e Palácio de São Bento) e Sessão Evocativa do Antigo Presidente da República.
Como Primeiro-Ministro, na apresentação do I Governo Constitucional na Assembleia da República, 1976.
Como Deputado, na bancada do PS, em 1980.
À saída do Palácio de São Bento, com Marcelo Rebelo de Sousa e Maria Barroso, após a Sessão Solene Comemorativa do 25 de Abril, em 2010.
O Parlamento prestou homenagem ao antigo Deputado, Primeiro-Ministro e Presidente da República, Mário Soares (1924-2017), marcando presença nas cerimónias fúnebres de Estado, que tiveram lugar nos dias 9 e 10 de janeiro, e através da realização de uma sessão evocativa na Assembleia da República.

No dia 10, a cerimónia realizada no Mosteiro dos Jerónimos, no mesmo local em que, em 1985, Mário Soares, enquanto Primeiro-Ministro, assinou o Tratado de Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, contou com uma intervenção do Presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues.

O cortejo fúnebre que se seguiu fez uma paragem simbólica junto ao Palácio de São Bento, onde parlamentares, funcionários e colaboradores se encontravam reunidos para prestar homenagem a Mário Soares. [reportagem fotográfica]

Na reunião plenária do dia seguinte, realizou-se uma sessão evocativa do antigo Presidente da República, através da aprovação de um voto de pesar e das intervenções do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva (em representação do Governo), e dos Deputados André Silva (PAN), José Luís Ferreira (PEV), João Oliveira (PCP), Nuno Magalhães (CDS-PP), Pedro Filipe Soares (BE), Luís Montenegro (PSD) e Carlos César (PS).
[gravação vídeo e reportagem fotográfica]

Durante a sessão, foram projetadas imagens do antigo Deputado, Primeiro-Ministro e Presidente da República.

Mário Alberto Lopes Nobre Soares nasce a 7 de Dezembro de 1924, filho de João Soares, antigo Deputado e Ministro das Colónias no período da I República.

Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas e em Direito, participa, desde os anos 40, em movimentos de oposição ao regime do Estado Novo (Juventudes Comunistas, MUNAF, MUD) e nas campanhas presidenciais de Norton de Matos (1949) e de Humberto Delgado (1958). Como advogado, destaca-se na defesa de réus acusados de crimes políticos.

Em 1964, funda a Ação Socialista Portuguesa (ASP) e, em 1973, o Partido Socialista Português.

Detido por diversas vezes pelas suas atividades políticas, é deportado para São Tomé e Príncipe em 1968 e vive no exílio, em França, entre 1970 e 1974.

Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, regressa a Portugal, no dia 28, participando nos festejos do primeiro 1.º de Maio em liberdade. É Ministro dos Negócios Estrangeiros nos três primeiros Governos Provisórios e Ministro sem pasta no quarto.

No ano seguinte, o Partido Socialista vence as eleições para a Assembleia Constituinte e Mário Soares assume a liderança na defesa de um modelo de "uma sociedade democrática e livre", baseada na "vontade popular" expressa através de eleições (Diário da Assembleia Constituinte, 2 de abril de 1976, p. 4432).

Nas eleições legislativas de 1976, sai novamente vencedor, exercendo o cargo de Primeiro-Ministro nos I e II Governos Constitucionais (1976-1978), lugar que voltaria a ocupar em 1983-1985. Num dos últimos atos como Chefe do Governo, assina, em 12 de junho de 1985, o Tratado de Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia.

Em 1986 e 1991, é eleito Presidente da República, tornando-se o primeiro Chefe do Estado civil no período da democracia.

Na tomada de posse do primeiro mandato, em 9 de março de 1986, homenageia a Assembleia da República desta forma:

"Sempre considerei – e considero – a Assembleia da República como o centro vital da democracia. Honro-me de ter sido parlamentar. Deputado às Constituintes, fui sucessivamente reeleito em todas as legislaturas. Nos últimos dez anos vivi momentos históricos, exaltantes, neste hemiciclo, de que guardo indelével recordação.

Num regime pluralista e pluripartidário, como o nosso, o papel do Parlamento é primordial e insubstituível. É da eficácia da sua ação, no plano político e no plano legislativo, que em grande parte depende o regular funcionamento das instituições democráticas, de que sou, a partir de agora, constitucionalmente, garante."

Ver também: FLASH | POSSE DO PRESIDENTE MÁRIO SOARES (1991) e DITOS PARLAMENTARES

Imagem do separador: Mário Soares saúda a população da varanda do Palácio de São Bento, após a sessão de tomada de posse, em 9 de março de 1986.
Mais informações em: www.parlamento.pt
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