" />
“Há leis que têm uma só frase e que podem mudar muito mais do que leis complexas e gigantescas.
A mudança social e a mudança cultural fazem-se de práticas e do arrojo de assumir essas práticas e há muito tempo que sabemos que a linguagem é uma prática que muda ou que conserva.
Claro que, em matéria de dignidade das pessoas, o mais importante é que ela se materialize em coisas concretas e a isto os conservadores acrescentarão que o que importa não é que se diga «direitos humanos» ou «direitos do homem», o que importa é que os direitos sejam respeitados. A esses conservadores, eu respondo com uma pergunta: estão disponíveis para que se use a expressão «direitos da mulher» para designar os direitos de todas as pessoas?
(…) Sei que a resposta será um indignado «não!». E eu partilho essa resposta porque ela mostra que a linguagem pode ser uma violência, filha da idiotice. É contra essa violência e essa idiotice que aprovamos esta proposta, porque, às vezes, a simples normalidade e a simples decência são o mais arrojado dos objetivos.”
José Manuel Pureza, 5 de abril de 2019.