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Esta obra pertence a uma primeira fase de atividade do pintor, precedente das obras abstratizantes, em que se destaca o uso do negro como fundo uniforme sobre o qual o intenso colorido dos objetos os realça e lhes confere volume. Uma guitarra portuguesa ocupa, na diagonal, todo o espaço da pintura, cuja caixa de madeira em fortes tonalidades de amarelo constitui o principal foco de luz. A jarra branca de formato cilíndrico, em frente do braço da guitarra, com alguns ramos de folhas em tons de azul, confere movimento e estabelece o contraponto ao intenso azul-turquesa usado na mesa em que se apoiam os objetos. Está assinada e datada à direita, sob a caixa da guitarra, Rogério Ribeiro 59.
O verso do quadro tem uma outra pintura, na vertical, com características muito diversas - um retrato feminino, abstratizante, em que o pintor utilizou essencialmente cores puras. Fundo vermelho sobre o qual se destaca o rosto, de frente, de uma mulher jovem e determinada, com apontamento vermelho nos lábios, olhos negros, cabelo farto e ondulante delineado por traços negros sobre o fundo vermelho. O vestido azul, de gola de bico desenhada por traço negro, cinge-lhe o alto pescoço pintado, tal como o rosto, numa leve tonalidade de rosa resultante da mistura de branco com o vermelho dominante e que lhe confere a adequada tonalidade de carnação.
Rogério Ribeiro (1930-2008) teve uma produção artística diversificada – pintor, escultor, gravador, ilustrador e professor – e foi ainda autor de tapeçarias e de painéis de azulejaria em Portugal, nomeadamente para estações do Metropolitano de Lisboa, e no estrangeiro.
Esta pintura faz parte do conjunto de obras de arte contemporânea de autores nacionais adquiridas pela Assembleia da República para exposição em áreas nobres do Palácio de São Bento.
Óleo sobre aglomerado de madeira, Rogério Ribeiro, 1959, 40x 58 cm, n.º inv. MAR 5953.
Verso