Há em Eduardo Lourenço uma intensidade única! Uma intensidade de fogo que o torna fazedor da nitidez das coisas! Ele pensa como olha, arguto e contagiante, e o seu discurso faz que a realidade se agigante em epopeia, e centra-nos inquietantemente nela, criadores de mitos à espera de consequência. Em força de torrente, como se as palavras nos arrastassem para lá do que se quer ou do que se prevê, desfilam as nossas “heterodoxias” que, por heterodoxias, são mesmo e só as únicas que nos definem. Eduardo Lourenço cola-nos, assim, à imagem de um “Pessoa Intranquilo”. A sua obra constitui a mais eloquente celebração do homem no seu destino por fazer.
Parabéns, Eduardo Lourenço!
Maria da Assunção Esteves
Presidente da Assembleia da República