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O ENCERRAMENTO DO PARLAMENTO (MAIO 1926)
Na sequência do Golpe de 28 de Maio de 1926, que pôs termo à I República e esteve na origem da Ditadura Militar, o Parlamento foi encerrado pelos revoltosos.
Em cima: Encerramento do portão de entrada do Parlamento. Em baixo: Deputados conversam em frente ao edifício. "ABC", 3 de junho de 1926.
No dia 31 de maio, 37 deputados compareceram na Câmara dos Deputados, proferindo ainda “Vivas à República”. Sem quórum para prosseguir a reunião, é declarado o fim da sessão legislativa (
Diário da Câmara dos Deputados
, n.º 92, 31 de maio de 1926
).
O encerramento do Parlamento é noticiado pela revista
ABC
, no dia 3 de junho, com o título “Ao correr do pano”. Ilustrada com uma fotografia de um soldado a fechar os portões do edifício do Parlamento, refere o artigo:
“O último ato do Parlamento que existia em Portugal não foi marcado pela grandeza que devem revestir os atos históricos. Nem uma voz se levantou a protestar. Em França, quando se deu o assalto ao Parlamento, gritou alguém: Estamos aqui pela vontade do povo e só sairemos pela força das baionetas. Em Espanha, ao brado de
a la calle!
atirado aos deputados, por um general, soou um clamor de revolta. Em Portugal, tanto tinha descido a instituição, que um soldado, um simples soldado raso, cerra os portões da Câmara. Corre o pano.”
O Parlamento reabre em 11 de janeiro de 1935, com a designação de Assembleia Nacional, composta exclusivamente por deputados de uma única força política subordinada ao regime ditatorial do Estado Novo.
Imagem do separador: Pormenor da caricatura "Depois de amanhã, rua, que é fresco", alusiva ao encerramento do Parlamento, publicada no periódico "Os Ridículos", de 29 de maio de 1926.
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