António Trindade, 1999, escultura em mármore, inv. n.º MAR 1691.
A deputada Alda Nogueira discursando no Hemiciclo, anos 70. Arquivo do jornal "Avante!"
PEÇA DO MÊS | BUSTO DE ALDA NOGUEIRA
Busto feminino de vulto pleno, esculpido por António Trindade em mármore rosa, assente em peanha de lioz, com placa identificando a personalidade retratada e os anos de nascimento (em março) e morte (em março): «ALDA NOGUEIRA / 1923-1998».
Licenciada em Ciências Físico-Químicas, Maria Alda Barbosa Nogueira foi Deputada à Assembleia Constituinte de 1975 e eleita para a Assembleia da República em 1976, exercendo funções até 1986. Destacou-se como militante comunista, defensora dos direitos das mulheres, da igualdade, da justiça social e da paz e foi agraciada com a Ordem da Liberdade. Neste busto surge representada em meia-idade, despojada de símbolos e condecorações, com sorriso contido e pose estática.
Embora austera, a figura não é desprovida de expressividade plástica, especialmente notória no tratamento dos cabelos (organizados em madeixas largas e onduladas), na diferenciação das texturas dos materiais recriados (acetinadas na pele do rosto, rugosas na malha da camisola e intermédias no tecido do casaco), na oposição das formas livres (que dominam a cabeça) às formas geométricas (que imperam na indumentária) e ainda na assimetria ligeira, mas muito sintomática, dos volumes, que se adensam mais à esquerda (graças à orientação do penteado e ao corte do ombro).
Encomendada pela Assembleia da República na VII legislatura (1999-2002), esta obra foi inaugurada em novembro de 2000 e permanece num corredor do claustro do extinto mosteiro beneditino que é sede do Parlamento português desde 1834.