Exposição de motivos

Sendo o espaço escolar um lugar de desenvolvimento individual e coletivo, é necessário que neste a liberdade esteja sempre presente. É tendo em vista essa liberdade que apresentamos o nosso projeto de intervenção. O processo de candidatura para um curso superior representa um dos momentos mais tensos na vida de um estudante. Assim, propomos um projeto experimental, inspirado em algumas universidades privadas portuguesas e estrangeiras, onde os alunos são avaliados de forma mais completa e justa. Além das notas da escola, a candidatura permitiria que os alunos juntassem os diplomas de atividades, projetos, competições, etc. Esta medida procura entregar às universidades um perfil mais completo dos alunos, de modo a concluir quais seriam os mais adequados para determinados cursos. Em paralelo, oferece ainda uma oportunidade mais merecedora a todos os alunos que se dedicam em atividades fora do espaço escolar.
Existindo apenas quatro cursos científico humanísticos, é inevitável haver casos onde um aluno não encontra um curso que se adequa totalmente ao que o mesmo quer seguir no futuro, acabando por escolher o curso que mais convém, apesar de não ser totalmente do seu interesse. Esta proposta visa desagregar disciplinas específicas de um curso, ou mesmo a ideia tradicional de curso, permitindo ao aluno escolhê-las ao seu gosto. As disciplinas gerais permaneceriam iguais para todos os alunos, no entanto, teriam a possibilidade de escolha de uma disciplina trienal e duas disciplinas bienais no 10ºano e duas disciplinas anuais para o 12ºano. Estas disciplinas estariam abertas para todos os alunos que quiserem participar, necessitando de um número mínimo de demanda. Pretendemos proporcionar a possibilidade dos alunos moldarem os seus próprios currículos, de forma a prepará-los melhor para a sua futura carreira.
Uma escola inclusiva é aquela que ouve todos os que a frequentam e se adapta às suas necessidades. Para esta inclusão ser eficaz, propomos a realização de assembleias regulares organizadas pela Associação de Estudantes e Direção. Nestas assembleias, organizadas pelas entidades responsáveis, pretende-se que todos tenham a liberdade para se expressarem em relação a problemas que a escola tenha ou propostas que possam ajudar na sua evolução. Posto isto, os problemas ou propostas mais relevantes passariam a ser tratados a entidades superiores, proporcionando assim uma escola adaptada a todos os estudantes. Assim, estaríamos perante uma escola mais plural e participativa, adaptada à necessidade de todos.

Medidas Propostas

1. Criação de um projeto experimental, promovido pelo Estado, em que as universidades aderentes incluam a análise do perfil pessoal (ex.: projetos e/ou atividades extracurriculares) na candidatura a um curso superior.
2. Desagregação de disciplinas específicas aos cursos, permitindo a escolha individual de cada aluno, para construir o seu próprio currículo escolar.
3. Convocação de assembleias trimestrais pela Direção ou Associação de Estudantes, destinadas a tratar dos interesses dos alunos, funcionários e professores.