PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Secundária Dr.ª Maria Cândida, Mira


Exposição de motivos
Por respeito e consideração pelos 50 anos do 25 de abril e pela democracia, alicerçamos as nossas ideias nos valores de abril. Acreditamos que as medidas abaixo fundamentadas, podem contribuir para o desenvolvimento do sistema educativo português à luz de princípios como o espírito interventivo, a inclusão e a cidadania.
1. De modo a desconstruir um sistema de ensino focado nos membros privilegiados da sociedade e a alargar as oportunidades a todos os jovens, sem discriminação, consideramos benéficos os investimentos em equipamento/materiais que facilitem o acesso e inclusão dos alunos com deficiências (visuais, auditivas, motoras, etc). A adaptação das infraestruturas escolares para que se adequem à circulação de cadeiras de rodas, a tradução dos manuais escolares para a linguagem em braille e o ensino de linguagem gestual tanto a alunos como a professores seria uma forma de o concretizar. É fundamental combater as desigualdades de oportunidades na construção de um país democrático, que saiba ouvir a voz de todos sem prerrogativas, algo atingível se alunos portugueses forem educados num ambiente que os receba com igualdade.
2. Oferecendo resposta às alarmantes taxas de abstenção que têm caracterizado as últimas eleições em Portugal, consideramos que a aposta na educação política dos jovens será o passo decisivo na modificação deste panorama. Desde 2011 que as percentagens de abstenção têm excedido os 40%, atingindo um pico máximo de 54,6% nas eleições para a Presidência da República de 2021 e sendo a faixa etária entre os 18 e 30 anos aquela em que essa é mais elevada. Assim, propomos a implementação de programas de sensibilização dos jovens, sob a tipologia de palestras. Adicionalmente, seria também explorada a literacia financeira, combatendo os baixos níveis da mesma que Portugal apresenta. Mais do que a disponibilidade de informação, é essencial que esta chegue ao destinatário imparcialmente e livre de informações falsas, capacitando os jovens para a tarefa de ser cidadão com espírito crítico.
3. No sentido de melhorar a qualidade do ensino profissional, sugerimos articulação dos seus horários com estágios remunerados, em part-time. É importante salientar que os alunos que enveredam por cursos profissionais são, regra geral, os que mais cedo entram no mercado de trabalho merecendo um acompanhamento que os prepare para tal. A assinatura de contratos responsabiliza os alunos pelo seu posto de trabalho e o contacto com um patrão simula a exigência que encontrarão após o término do curso. É ainda notável a procura de empregos de verão por parte desta faixa etária, o que exemplifica a necessidade de responder a este problema social e de lhes oferecer a independência económica que procuram. Em última análise, é essencial comparar Portugal com o resto da Europa, para que, desta forma, possamos seguir o exemplo de quem passou pela experiência com sucesso: países como a França, Alemanha e Finlândia têm comprovado a eficácia desta medida.


Medidas Propostas
  1. Garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa através da melhoria das infraestruturas e da acessibilidade, nomeadamente, aos alunos com mobilidade reduzida, deficiência visual ou auditiva.
  2. Implementar palestras regulares (semanais ou mensais) que introduzam o universo político e financeiro aos jovens do 12º ano.
  3. Articular o horário letivo com estágios remunerados, em part-time, para alunos do ensino profissional.