PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Cycle d'orientation des Grandes Communes


Exposição de motivos
A complexidade e a acelerada transformação que caracterizam a sociedades contemporâneas têm provocsdo a necessidade do desenvolvimento de competências diversas para o exercício da cidadania democrática. A escola tem um papel importante na construção de práticas de cidadania, práticas que influenciam o pensamento, os comportamentos e as motivações do aluno, para que se torne um cidadão ativo e responsável.

É frequente ouvir os alunos queixarem-se de que os conteúdos são inapropriados e desinteressantes, de que a escola não vai ao encontro daquelas que serão as suas aspirações, de que existe um real problema de intercompreensão no espaço escolar e de crise de princípios e valores, de que não são tidos nem achados nas decisões que lhes dizem respeito.

Ademais, constata-se um divórcio consentido entre a escola e os encarregados de educação por convir certamente às duas partes, sendo que um maior interrelacionamento só poderia ser benéfico para todos, ao comprometerem-se, a níveis diferentes, com a sua implicação e responsabilidade na tomada de decisões em relação com a vida escolar dos aprendentes .

Outro aspeto que vem a lume repetidamente prende-se com a convivência e deterioração das relações na sala de aula, sendo que a qualidade das relações são determinantes na construção de um ambiente colaborativo e propício à aprendizagem. Ora, a gestão da sala de aula é um processo exigente e multifacetado e que exige também dos docentes uma formação em áreas que extravasam e em muito a formação na sua área científica.

Finalmente, como refere Ana Paula Freiberger, vai ser necessário criar um “movimento de guerrilha” para atacar a falta de comprometimento e de motivação dos alunos, o que também passará obrigatoriamente pela necessidade de se rever os processos de aprendizagem dentro da escola e dar mais protagonismo aos alunos.

Ora, no espaço escolar deve acontecer o desenvolvimento de competências múltiplas, entre outras a de participar de forma eficaz e construtiva em diferentes contextos relacionais, no diagnóstico e definição de caminhos possíveis para uma escola mais plural e participativa. A escola deve não só ensinar conteúdos, como também formar os alunos enquanto cidadãos responsáveis, tolerantes e justos.

É verdade que nem sempre as alterações são positivas. Diante de todas as transformações e evoluções que vão acontecendo, não será fácil preparar-se, sem resiliência e visão de futuro, para encarar todos os obstáculos que se colocarão à escola na sua missão de preparação de cidadãos ativos e co-responsáveis na construção de uma sociedade de que todos se sintam membros que contam.

Assim, parece-nos imperioso:


Medidas Propostas
  1. Que se reflita e se decida sobre a viabilidade de uma séria descentralização das decisões no âmbito escolar, permitindo aos diferentes atores escolares que tenham uma voz ativa na definição do projeto educativo.
  2. Que se promova um verdadeiro espírito de diálogo no seio escolar, criando as estruturas necessárias para o desenvolvimento de uma escola mais participativa e democrática.
  3. Valorizar a formação profissional e desenvolvê-la, de forma a responder melhor às aspirações sócio-profissionais de muitos jovens e à necessidade da sociedade de poder contar com técnicos e profissionais de qualidade nas diferentes áreas de atividade.