Exposição de motivos

A revolução de Abril, para além de instaurar um novo regime político, trouxe grandes transformações na área da educação e do ensino em Portugal.
As escolas portuguesas iniciaram um processo de abertura a novas abordagens de temas com grande impacto na sociedade e na cultura dominante. Foram criadas oportunidades de acesso e de sucesso para todos os jovens e abertos novos horizontes no domínio das letras, das ciências, das tecnologias e das artes que permitiram a emancipação de gerações e avanços significativos que reduziram o fosso entre os povos do velho continente.
À medida que os anos passaram democratizou-se a gestão das escolas, acabou a separação dos jovens em razão do seu género, raça ou estatuto social.
As atividades realizadas pelas Escolas ganharam outro sentido, sendo abandonado o princípio da seleção para se desenvolver um trabalho integrador que pretendia atenuar desigualdades e valorizar o potencial de cada um, criando-se expectativas no sentido de vir a ocorrer a transformação social desejada e onde predominassem a igualdade, justiça e equidade;
Também as metodologias e a postura dos professores se alterou dando lugar a metodologias mais ativas através de um ensino mais experimental e mais centrado no aluno, com ganhos muito relevantes na libertação das pessoas e na criação de novos projetos e novas vocações.

Medidas Propostas

1. Criar um ambiente acolhedor e inclusivo no seio escolar, onde os alunos se sintam seguros para expressarem as suas opiniões, através da realização de debates, conferências e exposições e onde possam discutir tópicos relevantes e causadores de tabus, designadamente a guerra, a violência entre grupos, os efeitos das drogas, e o prestígio dos novos profissionais, num mundo cada vez mais tecnológico;
2. Substituir os diretores das escolas por uma comissão onde estejam representados os encarregados de educação, alunos e docentes para que, de uma forma colegial, possam tomar as decisões que sejam do interesse da comunidade educativa;
3. Melhorar, atualizar as temáticas e reformular o ensino, na senda do 25 de abril, e através de uma análise retrospetiva, destacar os seus principais problemas e procurar equacioná-los em prol da saúde mental dos jovens e dos docentes, procurando erradicar o insucesso e fomentar o aparecimento de cidadãos responsáveis que defendam a democracia, a justiça e bem-estar de todos num plano de igualdade e de equidade.