PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Profissional de Hotelaria e Turismo de Lisboa - Pólo da Póvoa de Santa Iria


Exposição de motivos
Por altura da comemoração de meio século, após o 25 de abril, os alunos desejam uma escola que reflita os seus reais interesses, motivações e necessidades. Ambicionam que a escola os ajude a compreender o presente e a projetar um futuro, que corresponda aos melhores anseios da comunidade em que se inserem. Assinalam que não querem ser tratados como adultos em miniatura, com uma carga horária diária, que muito se aproxima do horário de trabalho dos pais. Incomoda-os sentirem-se estagnados numa escola, que apenas têm computadores e projetores, pois esse equipamento, para eles, já é tão datado quanto ultrapassado. Na verdade, a sua geração é em tanto díspar daquela que, por exemplo, assistiu à disseminação dos computadores. Eles são do tempo dos iPad, iPod, da Inteligência Artificial. Todos conhecem, convivem com e divulgam a Alexa ou a Siri: "É só falar com ela", dizem-me, é simples. Embora, por vezes, a sua consciência política ainda se assemelhe aos passos incertos de uma criança que testa as possibilidades do movimento, a sua consciência cívica mostra-se em franca progressão, ao reconhecerem, sem grandes hesitações, que são parcialmente configurados por uma pertença europeia, num mundo continuamente em expansão, através de constelações de novas identidades e modos de vida. O mundo é definitivamente vário na promessa de autorrealização que encerra. Na escola, retoma-se quotidianamente a máxima de "Pelo sonho é que vamos", tantos sonhos, projetos, metas, na concomitância de mesas, cadeiras, paredes. É, por aqui, que se faz ouvir a premência da expressão artística, que nos devolve à matéria mais fundente da nossa humanidade. A arte ressoa em nós ao devolver-nos ao princípio imaginativo de que podemos inventar-nos e ser a própria mudança em metamorfose. Pela arte, acreditamos que é possível alcançar um bem maior, sermos mais completos e inaugurarmos um tempo de aproximação e partilha. Quando somos envolvidos pela expressão artística, na urgência que constitui a sua última autenticidade, sentimo-nos estimulados a imaginar o que somos de melhor: um mundo abraçado pela paz e pautado pela justiça, no sortilégio do civismo. A arte devolve-nos o equilíbrio, face à recorrente tentação de cedermos à condição de homem-máquina, a última etapa de uma evolução tecnológica, que, há muito, deixámos de controlar. No todo, os alunos esperam por uma escola que os reconheça e os encoraje a continuar a ser uma força de renovação.


Medidas Propostas
  1. Diminuição da carga horária na escola, no Secundário (por exemplo, entrada às 08:30 e saída às 15:30).
  2. Utilização regulamentada da Inteligência Artificial, na escola, ao serviço da inclusão (recurso a programas de tradução simultânea, para alunos de Português Língua Não Materna, ou a um assistente virtual, para alunos surdos).
  3. Integração de uma "área artística" no currículo, à custa da diminuição da carga horária de outras disciplinas (a expressão artística não deve continuar a ser relegada para a vertente extracurricular).