PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Secundária Vergilio Ferreira, Lisboa


Exposição de motivos
Consideramos a educação um direito fundamental e a trave mestra de uma sociedade democrática. Hoje, 50 anos depois da revolução de Abril, atravessamos um período de crise global da democracia e a melhor forma de a combater é através de uma educação plural e inclusiva. A escola, enquanto “laboratório para a vida adulta”, é o lugar por excelência para desenvolver autonomia, sentido crítico, respeito pelo outro e valores essenciais à vivência em sociedade. Não um laboratório de uniformização, mas antes uma plataforma comum de experimentação de diferentes ideias e ações. É aqui que se aprende a filtrar informação e a construir conhecimentos sólidos, que nos permitem tornar cidadãos livres e responsáveis. Se em ditadura tínhamos uma escola elitista, não inclusiva, e o grande desafio do pós 25 de Abril foi abrir a escola a todos, qual será o desafio do nosso tempo? Será que a nossa escola é verdadeiramente plural e inclusiva? Será que a escola nos prepara para uma cidadania ativa e participativa?
As nossas medidas procuram responder aos desafios e necessidades que sentimos enquanto alunos e futuros cidadãos. Acreditamos que o sucesso de uma educação plural e inclusiva passa por um maior envolvimento dos alunos em aprendizagens colaborativas na comunidade em que estão integrados. Apresentamos como primeira medida a realização de documentários pelos alunos com testemunhos de familiares e conhecidos que viveram a educação antes e após o 25 de Abril. Termos consciência do passado para não cometermos os mesmos erros no futuro, por isso, nada melhor do que serem os próprios alunos, em conjunto com os professores, a criarem os seus materiais de aprendizagem a partir da apropriação dos testemunhos de pessoas próximas e a divulgarem-nos entre os seus pares. A nossa segunda medida preconiza a consciencialização política dos alunos. Esta será concretizada potenciando sinergias de estruturas e dinâmicas existentes na escola em três grandes eixos: a promoção de clubes e debates a realizar pelos próprios alunos com especialistas convidados, proporcionando um debate plural, informado e moderado sobre questões políticas; a exploração interdisciplinar de temas sobre a realidade política, económica e social nos domínios de autonomia curricular (DAC) gerando um conhecimento fidedigno e amplo sobre a mesma; a participação nas assembleias de escola e de freguesia, estruturas da democracia representativa, preparando os alunos para o exercício crítico e ativo da sua cidadania. A terceira medida tem como objetivo construir uma escola verdadeiramente inclusiva e equitativa na diferença: a realização de atividades interativas pelos alunos com necessidades educativas especiais, dá-lhes voz para nos educarem sobre as suas diferenças, gerando, através da partilha, um maior conhecimento, respeito, comunicação e inclusão por parte da comunidade escolar. Deste modo, criamos uma sociedade mais empática, plural e inclusiva.


Medidas Propostas
  1. Realização de uma série de documentários pelos alunos com testemunhos de familiares que viveram a educação antes e após o 25 de Abril – Refletir sobre o passado para construir um futuro melhor.
  2. Consciencialização política dos alunos através da promoção de clubes, de debates realizados pelos próprios alunos com oradores convidados; da exploração interdisciplinar de temas da atualidade política, económica e social nos domínios de autonomia curricular (DAC); e da participação em assembleias de escola e de freguesia.
  3. Aprendizagens colaborativas entre alunos, comunidade educativa com o objetivo de construir uma escola verdadeiramente inclusiva e equitativa: realização de atividades interativas pelos alunos com necessidades educativas especiais (as atividades devem ser pensadas de acordo com o contexto de cada escola, por exemplo, ensino de língua gestual pelos alunos surdos juntamente com interpretes).