PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA
Agrupamento de Escolas Henrique Sommer, Maceira, Leiria
Exposição de motivos
Começamos a nossa exposição de motivos, relembrando o Decreto-lei nº54/2018, de 6 de julho, que “estabelece princípios e normas que garantem a inclusão enquanto processo que visa responder à diversidade das necessidade e potencialidades de todos e cada um dos alunos, através da participação nos processos de aprendizagem e na vida da comunidade educativa” (nº1 do artigo1). Por um lado, no cenário global, assistimos a um processo migratório generalizado, tornando-se Portugal uma porta de entrada para uma multiplicidade de culturas e línguas nunca antes vista. Assim, torna-se premente, levar a escola a assumir a sua função de ambiente de excelência no caminho da educação para os direitos humanos, para uma cidadania ativa e consciente, para a promoção de um futuro mais justo e equitativo. Dados oficiais apontam para as deficiências, origens étnicas e culturais, origem socio económica, orientação sexual entre outros, como fatores detonadores de casos de discriminação. Por outro lado, desde há vários anos a esta parte, a escola, detentora de uma crescente autónoma na gestão do currículo, vem adquirindo contornos cada vez mais claros acerca dos modos como proceder a uma abordagem inclusiva e promotora de sucesso educativo, sendo por isso, na nossa opinião, o cenário ideal para a promoção da inclusão e da participação democrática ativa e consciente. Foi, pois, com base nestes pressupostos, que pensamos e elaboramos as medidas que constituem o Projeto de Recomendação da Escola. Com a liberdade decorrente do processo democrático de abril e com a sua crescente autonomia, a escola torna-se cada vez mais a arma mais forte e abrangente no combate à exclusão social. Assim, considerámos as artes, nomeadamente a música, linguagem universal, um dos caminhos possíveis para a inclusão e para a valorização da participação de todos os alunos, propondo-nos para isso a inaugurar um movimento de “Tunas do secundário”.Considerando que a dificuldade de comunicar, bem como as deficiências de que muitos alunos são portadores constituem uma enorme barreira à participação na vida comunitária, sugerimos também a lecionação de aulas de língua gestual a todos os alunos, de forma a facilitar a integração de pessoas surdas. Ainda que as línguas diferentes que se usam no planeta sejam uma amostra de riqueza cultural e civilizacional, constituem também um entrave de grande monta à integração dos imigrantes que constantemente afluem ao nosso país. Assim, a fim de agilizar a sua integração na escola e partindo do pressuposto que, na sua maioria, muitos têm um conhecimento básico do inglês, propomos, no âmbito da formação contínua destes profissionais, o ensino e/ou a consolidação desta língua a todos os funcionários docentes e não docentes, sem prejuízo da lecionação de português como língua de acolhimento.
Medidas Propostas
- Criação de “tunas do Secundário” a fim de promover a cultura artística, a inclusão e a participação de todos os estudantes deste nível de ensino. Esta medida tem como modelo as já existentes tunas universitárias e visa proporcionar a todos os alunos a oportunidade de aprenderem música, demonstrarem os seus talentos e conviverem tendo como ponto comum a linguagem universal que é a música.
- Lecionar língua gestual nas aulas de cidadania e desenvolvimento. Esta proposta procura oferecer uma solução para a dificuldade que frequentemente surge, no processo comunicativo com pessoas com deficiência auditiva, falantes de língua gestual.
- Formação na língua inglesa, para todos os profissionais da educação. Esta medida tem como principal objetivo otimizar a comunicação entre professores e funcionários da escola e alunos oriundos de outros países. Esta formação visa sobretudo agilizar o processo inicial de integração destes alunos, não excluindo a absoluta necessidade de aprendizagem do português como língua de acolhimento.