Exposição de motivos

Viver Abril na Educação comporta um número significativo de possíveis sentidos. Do debate, do pensar em conjunto nasceram três ideias que se construíram através das preocupações expressas pelos alunos e pelas alunas. Levando em linha de conta a evolução da Educação em Portugal desde 1974, num processo no qual a escola se democratizou e massificação, a ideia de potenciar o sucesso escolar surge como um imperativo num mundo em que as múltiplas literacias são essenciais para o futuro desta e das próximas gerações. Privilegiando as ferramentas online, a primeira proposta responde a uma necessidade sentida pelas alunas e alunos. Trata-se de pensar a exequibilidade de criação de tutorias que estariam disponíveis fora do tempo letivo. A proposta implica que estas se realizariam online, num calendário pré-definido, respondendo às necessidades individuais no seio do grupo turma. Permitiriam a articulação entre a sala de aula e as necessidades individuais dos alunos, não deixando de os responsabilizar através da decisão de procura da tutoria. Em si, o apoio tutório existe e está presente nas escolas. O que esta proposta comporta é a possibilidade de existência de um mecanismo mais fluído, permitindo a autorregulação do próprio aluno.
Em segundo lugar, e apesar do tema não ser inédito (tratado, aliás, no ano passado), a proposta de existência de uma linha de apoio psicológico, que funcionaria em regime de anonimato, significa que esta continua a ser uma questão que reúne consenso entre os alunos e as alunas e que se constitui uma preocupação. Reconhecendo o trabalho que já está a ser feito nas escolas, a proposta acentua a necessidade de formatos alternativos. Acrescenta e complementa o que existe. Assume, de alguma forma semelhante à tutoria, que o meio em que se realiza, quer seja online, quer pelo telefone, potencia a possibilidade de encontrar formas de aproximação e de resolução de problemas sentidos.
A terceira proposta centra-se numa forma participativa e igualitária, de alunos e alunas, para e com os seus pares. Tal não poderia deixar de implicar a presença de um professor ou de uma professora, quase num sentido de mediador ou de facilitador. Trata-se de criar um espaço de liberdade, de criatividade, mas também de co -responsabilidade em que são os alunos que debatem, pensam, propõem e operacionalizam um conjunto de atividades que responde às suas preocupações e expetativas. Responderia à construção de uma cidadania ativa e participativa, de intervenção na própria comunidade educativa, permitindo o desenvolvimento de áreas de competência em consonância com o PASEO.

Medidas Propostas

1. De modo a continuar a fomentar uma educação de sucesso, é proposta uma plataforma online para tutorias.
2. De modo a contribuir para a saúde mental dos alunos e das alunas, propõe-se a criação de uma linha de apoio psicológico.
3. Contribuindo para uma escola plural, sem discriminação e integradora, as alunas e os alunos propõem a criação e dinamização de atividades nas quais se apresentem e debatam temas de cidadania.