Exposição de motivos

O tema apresentado para a 29.ª edição, “Viver Abril na Educação: caminhos para uma escola plural e participativa”, tem por base a celebração dos 50 anos do 25 de Abril de 1974. Esta data não simbolizou apenas um passo na conquista da liberdade, mas também uma rotura com as ideias conservadoras, nas mais variadas áreas da sociedade, entre as quais a educação. Deste modo, este acontecimento permitiu a inclusão de novos conteúdos no currículo que vêm ao encontro das necessidades atuais dos alunos. É indubitável que, se atendermos ao pré e ao pós 25 de abril, verificamos que a educação tem evoluído exponencialmente. Todavia, há ainda um caminho a trilhar, para que esta dê efetivamente lugar a uma escola plural e participativa. É com base nesta premissa que as nossas medidas foram criadas.
Assim, a primeira medida tem como objetivo ensinar, mas sobretudo conectar os alunos com outras nacionalidades, costumes, religiões, culturas e realidades, através de iniciativas que proporcionem apresentações, partilhas e convívios que promovam um ambiente acolhedor, inclusivo, participativo e facilitador da aprendizagem.
Por sua vez, a segunda medida pretende assegurar que todos os alunos fiquem informados sobre diferentes áreas profissionais e temas importantes para o seu futuro, tais como literacia financeira, política, empreendedorismo, nutrição, educação sexual, entre outros.
Por fim, a terceira medida serve para que os currículos se aproximem e acompanhem a evolução que se vai fazendo sentir na sociedade. Assim como se assistiu à mudança de mentalidades após o 25 de abril, também na atualidade a evolução científica e tecnológica veio revolucionar as formas de viver e de pensar. Por este motivo, acreditamos que os programas escolares devem ser revistos/atualizados com uma periodicidade de 5 anos, de modo a possibilitar uma maior flexibilização, proporcionando a integração, nos currículos, de atividades e projetos diversos, condizentes com os interesses e motivações dos alunos. O nosso país integra realidades diversas e plurais, o Interior difere do Litoral e o Norte do Sul; porém, os currículos não espelham essas realidades. Apela-se, portanto, a uma flexibilização efetiva dos currículos, de modo a que TODOS os alunos se revejam nos conteúdos a trabalhar.

Medidas Propostas

1. Promover a diversidade cultural, através de projetos que possam conectar os alunos a outras culturas e/ou realidades. Estes projetos seriam organizados por alunos oriundos de determinada nação que se mostrassem disponíveis para partilhar aspetos identificativos da sua cultura e/ou pessoas com condições especiais que quisessem dar a conhecer as suas origens e a sua história de vida.
2. Criação de um projeto que assegure a aprendizagem prática de temas importantes para a vida adulta. Este projeto seria liderado por elementos escolares ou técnicos especializados em determinada área que viriam complementar a vertente teórica. Propomos, por exemplo, integrar, nas planificações, o contacto regular com atividades profissionais diversas, tais como: tribunais, CTT, Forças militarizadas, bombeiros, saúde e outras.
3. Atualizar os programas escolares de 5 em 5 anos. Esta medida serviria para aproximar o currículo às novas realidades e necessidades que urgem, numa sociedade que evolui a um ritmo avassalador.