Exposição de motivos

O tema este ano proposto para debate é dos mais importantes, tendo em conta a situação nacional, europeia e mundial. Os conflitos e convulsões políticas, o desrespeito pelos direitos do ser humano, as condições de vida abaixo do humanamente aceitável, os abusos de poder, o surgimento de movimentos políticos extremados e as decisões por vezes arbitrárias, por vezes fraturantes que nos chegam, infelizmente, de todos os cantos do mundo levam, a que o cidadão seja e deva ser cada vez mais consciente e ativo e participativo.
Acreditamos que a escola também nos deve ensinar a ter espírito crítico, a ser cidadãos que observam a sociedade que os rodeia e que, depois de uma reflexão fundamentada, procuram caminhos que ajudem a minimizar e/ ou resolver os problemas identificados.
As nossas propostas surgem da nossa experiência pessoal, da realidade escolar e comunitária em que estamos inseridos. Foi essa realidade e o seu conhecimento que nos fez chegar à discussão e é daí que surge a nossa reflexão.
A elaboração das nossas medidas prende-se com o que vamos observando nos espaços da nossa escola e da nossa família. Na escola, assistimos, com regularidade, à chegada de alunos de outras culturas e de outras línguas que apenas conseguem comunicar connosco através da linguagem universal do gesto, que se sentam connosco nas aulas, mas não compreendem não só o que é dito, mas também, por vezes, o que é feito por virem de realidades tão diferentes da nossa. A impossibilidade de uma comunicação eficaz também reduz o seu direito a uma cidadania participativa.
Assim sendo, as medidas por nós discutidas e aprovadas foram pensadas para ser aplicadas nas escolas, mas a nossa intenção é que se reflitam na comunidade, fora das portas da escola. Com elas pretendemos melhorar a escola, a comunidade e, em última análise, a sociedade em que vivemos. Quisemos sentir que eramos capazes de identificar e analisar as nossas preocupações, mas também pensar em soluções e, assim, enriquecer os nossos projetos e a nossa forma de estar na vida.

Medidas Propostas

1. Criação, em todas as escolas básicas de 2º e 3º ciclos, de grupos de alunos (Clube de Alunos), que, à semelhança das associações de estudantes, representassem os alunos nos órgãos decisores da escola.
2. Criação, em todas as escolas, de equipas multidisciplinares de acolhimento a alunos estrangeiros e deslocados.
3. Implementação em todas as escolas de programas semelhantes ao Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF).