Exposição de motivos

Muitos dos jovens portugueses, já maiores de idade, ao saírem de casa dos pais e/ou iniciarem a sua própria vida financeira, não têm qualquer noção do sistema de impostos, de como pedir empréstimos, das melhores e mais viáveis maneiras de gerir o seu dinheiro e como pagar as suas contas. Em relação à prática e organização democrática, quando por lei lhes é dado o direito ao voto, os nossos jovens sentem-se recorrentemente perdidos, sem noção dos diferentes partidos, da melhor forma de exercer este direito e sem as bases necessárias à formulação de boas ideias e posições políticas. É então imperativo que os estudantes portugueses sejam conscientizados para estas questões.

Uma melhor representação dos alunos dentro dos ambientes escolares é fundamental à manutenção, desenvolvimento e construção de uma comunidade educativa unida em que as relações interpessoais são incentivadas e exaltadas. É indispensável que os estudantes sintam uma maior representação dentro das escolas, que se sintam ouvidos, seguros e capazes de transformar a atmosfera que frequentam diariamente, neste caso
a escola através dos seus representantes. Um dos meios adotados com vista a contribuir e acentuar esta participação seriam os questionários, por exemplo, que atualmente, sendo redigidos por órgãos centralizados, como por exemplo direções de agrupamentos, são pouco aprofundados e muito generalizados, além de resultarem num efeito quase nulo, na prática, se a efetuação de tais inquéritos fosse entregue aos estudantes eleitos pela comunidade de jovens, os resultados seriam além de melhor interpretados, melhor executados. Pretende-se ainda criar um espaço onde seja possível o compartilhamento e expressão de ideias, princípios, opiniões, solicitações e experiências, abrindo a mente dos estudantes à mudança, e as diferenças de cada indivíduo.

A última medida tem como principal objetivo aumentar o conforto e segurança que os alunos sentem na escola, tornando o seu ambiente mais propício e adequado à aprendizagem, propondo o investimento nas infraestruturas não só dos espaços educativos como por exemplo: ginásios, salas de aula, campos desportivos, bibliotecas, entre outros locais, como também dos ambientes partilhados, como casas de banho, bares, cantinas, recreios, além de outros. Está cientificamente provado que a felicidade dos estudantes nas escolas está diretamente relacionada com a absorção e retenção dos conteúdos lecionados. Propõe-se ainda a disponibilização de mais materiais escolares que permitam aos alunos aprender com mais facilidade e dinamismo.

Medidas Propostas

1. Incentivar a leccionação dos tópicos de literacia financeira e prática democrática na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento no oitavo e nono anos de escolaridade.
2. Criação de Associação de Estudantes em todas as escolas com o terceiro ciclo do ensino básico ou secundário, dando-lhes oportunidade de ser ouvidas (ou mesmo elaborarem) inquéritos realistas às escolas.
3. Investimento em recursos de qualidade para a melhoria das infraestruturas e materiais escolares.