Exposição de motivos

No ano em que se assinalam os 50 anos da Revolução de Abril, o Parlamento dos Jovens convida os jovens a viver abril na educação e lança o desafio de refletir sobre quais os caminhos a percorrer para uma escola plural e participativa. Este processo de reflexão levou-nos à construção de três medidas cuja argumentação passamos a apresentar de forma clara e objetiva.
A nossa primeira medida pretende acrescentar à oferta desportiva existente nas escolas a prática de modalidades, não menos importantes mas pouco exploradas, como é o caso do arborismo, cicloturismo, orientação e ainda equitação. São atividades desportivas que valorizam os recursos naturais e locais de cada concelho e ultrapassam os muros físicos da escola, tornando-a, desta forma, aberta ao exterior. Enquanto jovens e alunos estamos conscientes da escassez de docentes, inclusive na área da atividade física, no entanto, acreditamos que a aposta em parcerias locais, nomeadamente na disponibilização de formadores destas diferentes áreas, é possível e será uma mais-valia. São indiscutíveis os benefícios da prática desportiva em qualquer idade, seja ao nível do bem-estar físico e emocional mas, enquanto jovens, valorizamos ainda mais esta prática pela atratividade que imprime às escolas e pelo papel expressivo que assume na redução do consumo das tecnologias e consequente desenvolvimento da psicomotricidade e competências sociais e relacionais.
A segunda medida do nosso projeto de recomendação é uma prática em muitas escolas do nosso país mas, infelizmente, não em todas. Numa escola que se pretende equitativa, urge alargar a oferta de clubes a todas as escolas, através de uma orientação dos organismos dirigentes da tutela, com o principal propósito de promover a formação integral dos alunos e de estimular a cidadania do futuro.
A nossa terceira e última medida concretiza-se através de diversas atividades, como por exemplo: confeção de ementas interculturais; comemoração de dias nacionais de vários países; mostra de danças e desportos interculturais e ainda dinamização de semanas culturais. A escola do século XXI é uma escola para o mundo e tem, em si mesma, o mundo inteiro dentro dela e, esta realidade leva-nos a refletir sobre os princípios subjacentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos, princípios estes orientadores morais para a vida humana mas, leva-nos, igualmente, a pensar na escola como um espaço de valorização das diferenças e da riqueza intercultural na perspetiva da construção de “pontes” entre culturas tão diferentes.

Medidas Propostas

1. Diversificação da oferta das modalidades desportivas a desenvolver nas escolas, incluindo modalidades de desporto inclusivo, através do estabelecimento de parcerias locais, relativamente à disponibilização de espaços, equipamentos e material desportivo.
2. Diversificação da oferta de clubes nas escolas, abrangendo áreas diversas, como por exemplo: clube de teatro; clube de bem-estar; clube intergeracional; clube de línguas (incluindo língua gestual portuguesa); clube de artes; entre outros.
3. Desenvolvimento de atividades de aculturação natural nas escolas com enfoque na apresentação das culturas, dos hábitos e tradições.