Exposição de motivos

A saúde mental dos jovens é um assunto que tem sido extremamente discutido, no decorrer dos últimos anos. E, após tantas discussões e tantos estudos, chegou-se à conclusão de que cada vez mais jovens demonstram problemas de saúde mental (desde depressão e ansiedade), e que grande parte dos jovens com este tipo de problemas recorre ao suicídio, que lhes possa acabar com o sofrimento. Em 2021 foram registados, em Portugal, 952 suicídios, o que corresponde a um aumento de 8,18% em relação ao ano anterior, quando se registaram 801 casos. Para além disso, os episódios depressivos e abuso de substâncias parecem estar associados a 90% de todos os casos, condicionando a saúde mental. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria das doenças mentais surge por volta dos 14 anos, sendo que muitos dos casos não são diagnosticados nem tratados (isto explica-se pelo facto de que a saúde mental é frequentemente posta de parte ou negligenciada). A pandemia de Covid-19 também agravou a situação, tendo sido verificado, globalmente, um aumento de cerca de 50% na proporção de jovens com sintomas de depressão. Também a nível escolar se verifica uma situação alarmante: quando foi pedido a um dos técnicos, integrantes do SPO da escola, que fizesse uma retrospetiva dos últimos 10 anos (relativamente aos alunos que já ajudou e que já lhe apresentaram diversos problemas), foi respondido que não seria necessário “ir tão longe”, pois, apenas nos últimos 4 anos, verificou-se um aumento exponencial que recorreram ao SPO, em busca de ajuda. Tendo isto em mente, o nosso Projeto de Recomendação visa a mudança. Visa resolver um problema que afeta a nossa sociedade e cada um de nós, jovens, individualmente. Visa construir um futuro melhor para todos nós, que seremos os futuros cidadãos: desde os futuros Presidentes, até aos futuros… Assim, as nossas medidas passam pela monitorização da saúde mental dos alunos, elaboração de diagnósticos rigorosos e, caso seja necessário, o encaminhamento para serviços mais especializados. Também pretendemos implementar uma ferramenta através da qual os alunos possam discutir (anonimamente) os seus problemas/preocupações, com especialistas dispostos a ajudá-los e a oferecer-lhes soluções para o que os atormenta. Ainda tencionamos implementar, nas escolas, diversas atividades que, comprovadamente, promovam a saúde mental.

Medidas Propostas

1. Consulta anual (de carácter obrigatório) com os Serviços de Psicologia e Orientação, com vista a monitorizar a saúde mental de todos os alunos, elaborar um diagnóstico e, caso seja necessário, encaminhar os mesmos para serviços competentes.
2. Criação e sobretudo muita divulgação dentro do espaço escolar de um número de telefone, a nível de cada distrito, gerido por especialistas em saúde mental (dos jovens, especificamente), através do qual os alunos possam usufruir de atendimento pessoal e falar (de forma anónima) acerca dos seus problemas/preocupações, recebendo ajuda e sugestões para os mesmos;
3. Criação de um tempo no horário escolar (50 minutos semanais ou quinzenais de carácter facultativo, colocado ao primeiro ou último tempo do horário escolar) dedicado à prática de yoga, meditação ou outras atividades, que possam contribuir ou fazer a diferença na procura do equilíbrio e conforto dos jovens.