Exposição de motivos

Apesar do tema da saúde mental ter vindo a ser cada vez mais falado, ainda existem tabus a serem quebrados. Até aos dias de hoje, assistimos a atos preconceituosos, de violência e de intolerância para com aqueles que se encontram em situações mais frágeis mentalmente, o que causa um certo receio e vergonha em admitir que se precisa de apoio e em procurar ajuda. Esta atitude constitui uma barreira no combate aos problemas de saúde mental.
Como o bem-estar mental é o nosso bem mais precioso e, por vezes, precisamos de apoio para o assegurar, e uma vez que as escolas têm como objetivo educar os alunos e transformá-los em cidadãos responsáveis e competentes, consideramos necessário capacitar toda a comunidade educativa (alunos, pais, assistentes operacionais e professores) para que seja capaz de desenvolver ações de prevenção da doença mental e de promoção da saúde mental, de identificar os primeiros sinais que indiciam degradação da saúde mental e possa ajudar os jovens, impedindo o agravamento do seu quadro clínico.
Para que isso aconteça, será necessário reforçar os recursos humanos nas escolas. Para além de psicólogos da educação, as escolas deveriam ser dotadas de psicólogos clínicos e enfermeiros especialistas em saúde mental. Este gabinete multidisciplinar deveria promover palestras e ações de formação, responder a dúvidas e inquietações dos jovens, e dinamizar grupos de apoio, abertos a estudantes de todos os ciclos, para que, num ambiente acolhedor e informativo, num cenário positivo, de suporte e apoio, sejam abordados assuntos e questões relevantes para o bem-estar mental.

Medidas Propostas

1. Dotar as escolas de mais recursos humanos (psicólogos da educação, psicólogos clínicos, enfermeiros especialistas em saúde mental e assistentes sociais) que possibilitem a criação de um gabinete multidisciplinar capaz prestar um apoio mais célere, integrado e mais eficaz aos jovens.
2. Realização, pelo gabinete multidisciplinar criado, de campanhas de sensibilização, palestras e ações de formação no âmbito da saúde mental, em período pós-laboral para os pais, para capacitar toda a comunidade educativa para que consiga identificar sinais de depressão, ansiedade ou qualquer outra doença mental nos alunos/filhos, e instruí-la de forma a obter competências para lidar com a situação de maneira preventiva, eficaz e compreensiva (SOS saúde mental).
3. Criação de uma plataforma, em parceria e dinamizada pelo SPO, onde os alunos, de forma anónima e com garantias de confidencialidade, possam manifestar os seus problemas e dificuldades e colocar dúvidas, que seriam esclarecidas, na mesma plataforma, pelos técnicos do gabinete multidisciplinar.