Exposição de motivos

O direito à saúde e, em especial, o direito à saúde mental e ao bem-estar em geral é um direito essencial no desenvolvimento das crianças e dos jovens. Efetivamente, é fundamental estar atento, promover o seu bem-estar psicológico e protegê-los de experiências adversas que podem afetar o seu potencial de crescimento, com repercussões não só na adolescência como na vida adulta. Deste modo, entendemos que é necessário um maior cuidado e intervenção, sobretudo nas escolas, no que toca à saúde mental dos jovens.
É crucial que os jovens sejam capazes de reconhecer, em si próprios e nos outros, sintomas de perturbações causadas pelo mau estar da saúde mental. Assim, consideramos muito importante que existam momentos, ao longo do ano letivo, entre o Serviço de Psicologia da escola e a comunidade escolar, onde se promova a transmissão de conhecimentos acerca dos diferentes problemas associados a um mal-estar da saúde mental, e sobretudo se ensinem técnicas e métodos que permitam auxiliar os alunos a lidarem com situações difíceis. Reconhecemos também a necessidade de, nesses momentos, preparar a transição para o Ensino Superior, dando prioridade aos alunos que estão a frequentar o 12º ano, pois, em breve, enfrentarão diversas mudanças importantes no seu percurso, não só académico, mas também pessoal.
Acreditamos também que o ambiente em que os jovens vivem, em casa, contribui para o seu bem ou mal-estar mental. De facto, verifica-se que muitos jovens têm dificuldade em expressar o que sentem aos seus familiares, porque, muitas vezes, sentem que os seus problemas não vão receber a atenção devida por parte dos pais, ou até por medo das suas reações. Deste modo, sugerimos a realização de sessões direcionadas aos familiares dos jovens inseridos na comunidade escolar, cuja intenção seria gerar um espaço seguro e convidativo não só de escuta e compreensão onde os familiares possam expressar os seus receios, mas também de aprendizagem, no sentido em que estes adquiririam técnicas para comunicarem e compreenderem melhor os seus educandos.
Como jovens e alunos que somos, sentimos e conseguimos identificar comportamentos resultantes de um mau estar da saúde mental dos jovens no nosso dia a dia, especialmente em contexto escolar. Sendo assim, propomos que, dentro de cada escola do país, exista um espaço seguro que esteja disponível a qualquer aluno que, em determinado momento (sem necessitar de qualquer marcação prévia), sinta a necessidade de falar com alguém. Este gabinete, gerido pelo Departamento de Psicologia da escola, deverá também dinamizar, ao longo do ano, atividades, criando proximidade com os alunos, de modo que estes não se sintam tão inibidos ao pedir ajuda.

Medidas Propostas

1. Criação de programas psicoeducativos para jovens e apoio aos alunos na transição para o Ensino Superior.
2. Dinamização de pogramas de formação parental nas escolas.
3. Criação de um gabinete de apoio ao aluno.