PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Profissional Monsenhor João M. A. Ferreira


Exposição de motivos
Aos jovens de hoje são exigidos um conjunto de competências que fazem com que a infância seja cada vez mais curta. Desde tenra idade que, perante a inexistência de uma parentalidade ativa e responsável, as crianças são empurradas para as distrações digitais. E, se numa primeira fase, a televisão fazia companhia a muitos de nós, hoje em dia é muito fácil para uma criança, um jovem, um adolescente, e, até mesmo um adulto, se perder na teia de conteúdos que cresce selvaticamente e que vai moldando as ideias, os comportamentos e as aspirações das últimas gerações.
Esta nova maneira de "educar" os filhos, fez com que estas crianças contactem e desenvolvam, talvez demasiado cedo, comportamentos que antes eram comuns na adolescência, normalmente associado aos jovens que frequentavam o ensino secundário, mas que hoje se manifestam desde os primeiros ciclos de ensino, numa idade em que as crianças ainda deviam poder brincar livres das pressões da sociedade e sem as ilusões dos redes sociais. Esta nova forma de ser criança trouxe consequências cada vez mais complexas ao nível da interação entre pares, ao nível da integração nas instituições e no respeito pela autoridade do professor.
O tema em debate nesta edição do Parlamento dos Jovens é demasiado importante para ser tratado com leviandade. Não compreendemos como é que há uma preocupação em tratar a saúde mental dos jovens, mas não há preocupação em identificar as causa desta nova epidemia, para que se possa resolver o problema na fonte, na origem de toda esta situação.
No nosso entendimento, o melhor remédio para toda e qualquer doença é a adoção de hábitos saudáveis que reduzam o risco de a doença aparecer. Na saúde mental, este deve ser um desígnio ainda maior e por isso é que as nossas medidas, mais do que tratar um problema, pretendem evitá-lo. Sabemos que é possível, sabemos que podemos ser crianças sem ter que sofrer com todas estas situações, sabemos que temos que enfrentar muitos medos, receios, transformações e decisões, mas queremos voltar a passar por tudo isto quando tivermos mais maturidade, quando tivermos mais capacidade para nos autoprotegermos.
Não podemos continuar a ser o problema, temos que ser vistos como somos, vítimas de uma sociedade que soube evoluir, mas não soube proteger o seu futuro, não soube proteger as crianças e os jovens. Os pais têm que ser responsabilizados e educados para poderem educar. Temos que ter pais que saibam educar os filhos e tenham competências para cuidar, não só da saúde física, mas também da saúde mental dos seus filhos. Mas também sabemos que os pais não podem estar sempre com os filhos e é por isso que acreditamos que a Escola deve mais do que saber, também tem que ensinar o saber ser, e o saber fazer, mas deve fazê-lo sem a pressão do projeto ou do teste, devem fazê-lo a brincar.
Para terminar, se o tabaco faz mal e é rotulado assim, pois que também assim seja para tudo o que faz mal às crianças e aos pais, sejam guias de parentalidade, sejam videos


Medidas Propostas
  1. Criar um programa nacional de educação para a parentalidade, que faça da família um porto seguro e um farol para os critérios valorativos das crianças e jovens.
  2. Ensinar a brincar. No currículo das escolas devia haver uma componente letiva que ensinasse as crianças a brincar, promovendo as competências sociais e emocionais das crianças
  3. Criar um sistema de aviso de "conteúdo nocivo para crianças" em livros, vídeos, jogos, programas e outros recursos áudio visuais que levem a desinformação, incentivo ao ódio ou comportamentos perigosos.