PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


EB2,3/S Armando Cortes Rodrigues


Exposição de motivos
A escrita terapêutica é o ato de escrever sobre si para si, a fim de nos conhecermos melhor e resolvermos problemas que nos têm perturbado. Este hábito é baseado na atitude de colocar em palavras tudo aquilo que se tem passado na nossa mente. Assim sendo, propomos, tendo em consideração a relevância de temas como o luto, suicídio, relações interpessoais, autoestima, entre outros, a escrita de textos, seguida à sua devida análise por um especialista na área que, após recolher informações gerais dos alunos da turma (dúvidas, problemas, perceções de vida, etc), efetuasse uma abordagem mais personalizada e intimista em contexto de sala de aula. Isto permitiria aos alunos estarem mais à vontade para partilhar as suas questões e experiências perante os colegas de turma, contrastando, assim, com o cenário a que nos habituaram, na medida em que as sessões normalmente ocorrem no anfiteatro escolar com várias turmas, o que provoca a inibição de muitos alunos que não se querem expor perante outros colegas com os quais não têm muita intimidade.
As “Aulas abertas” teriam como objetivo ocupar os jovens, pois, como sabemos, por vezes, perante a desocupação estes tendem a pensar em demasia, pensamentos estes que podem ter um impacto negativo na sua saúde mental e, consequentemente, desencadear uma série de problemas/ doenças de furor psíquico. Estas atividades têm também como vertente a expressão dos jovens, sendo importante dar ênfase à frequência com que estas práticas ocorrem, uma vez que a saúde mental é um processo constante e assim sendo deve ser trabalhada e abordada frequentemente. Além do mais, é imprescindível a participação dos encarregados de educação para este tipo de atividades para que, através delas, o encarregado de educação e o seu educando possam criar bons laços de modo a construir um bom suporte familiar, o que acaba por promover saúde mental para ambos.
Os psicólogos escolares promovem o desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos alunos, atuando num conjunto diversificado de problemas (ex: dificuldades de aprendizagem, problemas comportamentais, emocionais ou sociais, etc.) e contribuem para a promoção de ambientes de aprendizagem seguros, saudáveis e inclusivos, de preferência através de um trabalho focado na prevenção, promoção de competências e consultoria. O número de psicólogos nas escolas do setor público é, ainda, notoriamente insuficiente. É também frequente um psicólogo ter sobre a responsabilidade um conjunto de escolas dispersas geograficamente e dar resposta a diferentes níveis de ensino, faixas etárias e problemáticas. Esta situação faz com que, muitas vezes, o foco do psicólogo seja, sobretudo, em situações de caráter remediativo em vez de haver um maior investimento por parte deste na prevenção e promoção da saúde psicológica dos alunos. Assim sendo, solicitamos a alteração do rácio de psicólogos e que torne obrigatório a permanência de pelo menos um psicólogo clínico em cada escola.


Medidas Propostas
  1. Implementação, nas aulas de Português, da escrita terapêutica alusiva a temas relacionados com a saúde mental dos jovens e crianças que frequentem qualquer nível de ensino. Os textos que resultarem dessa escrita serão entregues em anonimato e analisados por um psicólogo que posteriormente fará uma abordagem sobre o tema mais personalizada à turma.
  2. Fundação de “Aulas abertas”, que funcionariam como um espaço onde seriam incentivadas atividades como meditação, yoga, dança, pintura, música, aprender técnicas de relaxamento, etc. Todas estas atividades aconteceriam com o recurso a profissionais formados nas áreas anteriormente mencionadas, com frequência de dois a três dias por semana e a um horário o mais flexível o quanto possível, tornando viável a participação dos encarregados de educação nessas atividades.
  3. Reivindicação pela contratação de mais psicólogos, para que haja o recurso a, pelo menos, um psicólogo escolar por cada três centenas de alunos e a obrigatoriedade relativamente à existência de um psicólogo clínico em cada escola.