PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Secundária de Nelas


Exposição de motivos
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Saúde Mental assenta numa definição de “bem estar” que proporciona o desenvolvimento do cidadão e das suas competências pessoais, tornando-o apto para a resolução dos problemas comuns da vida, para a execução de tarefas produtivas e para um contributo, pleno, nas comunidades em que se insere.
Porém, quando o assunto da Saúde Mental é abordado, a maioria das pessoas pensa em doença ou transtorno. Um estigma desatualizado pois, a sanidade psicológica, é muito mais do que a ausência de doenças ou de transtornos mentais. Pessoas, mentalmente saudáveis, compreendem que ninguém é perfeito e que todos possuímos limites e potencialidades.
Vivemos num mundo em que é necessário sermos excelentes a tempo inteiro. Temos que ser 100% em tudo: no trabalho, na família e na escola. Essa é uma situação verdadeiramente utópica, pois, sendo humanos, é-nos impossível ser-se 100% em tudo o que fazemos. Temos o exemplo das escolas. Certamente todos os estudantes já se sentiram pressionados durante o desenrolar da sua vida escolar. O desejo de autonomia, o sentimento de exclusão social, comportamentos aditivos, bullying e relações pessoais… Tudo isto são fatores que nos podem causar pressão.
Não há como negar que, a falta de investimento em saúde mental, originou graves lacunas na prevenção e cuidados psicológicos para crianças e jovens, com graves problemas do foro mental. A austeridade e a indiferença trouxeram-nos até aqui!
Sentimos a necessidade de resolver problemas como, a carência de psicólogos escolares, a construção de ambientes escolares plurais e pacíficos e a eliminação de estigmas sociais. Com esse objectivo, construímos as nossas medidas.
Com a primeira medida pretendemos promover um amplo debate nacional sobre Saúde Mental, nos agrupamentos de escolas, para que cada comunidade possa identificar as suas áreas fortes e fracas, definir estratégias de intervenção e planos para a sua implementação e monitorização. Consideramos que a prioridade deste estudo deverá focar-se, sobretudo, na educação pré-escolar e na procura de resposta para as situações de agravamento ao longo da escolaridade.
Com a segunda medida pretendemos desenvolver laços de trabalho e cumplicidade, entre alunos e psicólogos, dispostos a ajudarem quem precisa, realizando atividades que promovam o estado de bem-estar de cada aluno, ensinando a gerir a ansiedade com o recurso, por exemplo, a actividades desportivas, sessões mindfulness e teatro.
Por fim, a terceira medida prende-se com a necessidade da avaliação da saúde mental de cada aluno. Para isso, propomos a criação de um cheque-consulta.


Medidas Propostas
  1. 1. Realização de debates, acções de formação e diagnóstico, sobre Saúde Mental, dirigidas às comunidades, envolvendo as autarquias, os serviços de saúde e os agrupamentos de escolas, incluindo o acesso às ferramentas digitais.
  2. 2. Criação de associações de voluntariado de alunos, psicólogos, professores e outros profissionais, para desenvolverem projectos de intervenção que possam dar resposta aos variados problemas psicológicos, identificados na escola, como os de auto-confiança e auto-aceitação
  3. Criação de um cheque-consulta de Psicologia que garanta ao aluno duas consultas trimestrais e, caso haja necessidade, a manutenção de um acompanhamento mais prolongado.