Exposição de motivos

Com base em dados recentes, o estado da saúde mental dos jovens é cada vez mais preocupante, devido a inúmeros fatores. “O estudo, desenvolvido no ano letivo 2021/22, conclui que 42,2% dos adolescentes no país apresentam “sintomatologia depressiva”, afirmou a ESENfC, que coordena o programa de prevenção de comportamentos suicidas em meio escolar, Mais Contigo. De acordo com nota de imprensa, é “o género feminino a denotar piores indicadores de saúde mental. ”A investigação teve por base uma amostra de 5440 jovens, com uma média etária de cerca de 14 anos e a frequentarem mais de 150 escolas de norte a sul ”Apesar de muitos jovens sofrerem de perturbações e problemas mentais, a maioria dos pais não possuem a formação necessária, nem se encontram consciencializados para ajudar os seus filhos a ultrapassarem essas dificuldades.
“Grande parte dos transtornos mentais surgem, geralmente, durante a adolescência. Segundo a OMS, metade de todos os problemas de saúde mental começa aos 14 anos. Problemas como a depressão e a ansiedade podem levar os adolescentes ao desenvolvimento de quadros clínicos que geram sintomas frequentes de irritabilidade, de frustração ou episódios de raiva excessivos e de difícil controle. “Muitos processos influenciam o estado mental dos jovens que são mais suscetíveis aos eventos de ansiedade e de depressão. Além da questão genética, da química que determina o padrão cerebral, da personalidade e dos eventos da vida, ainda há outros elementos que tornam a juventude menos resistente a esses distúrbios. Muitos vivem apavorados com as cobranças sociais ou mesmo com os familiares que fazem altas expectativas e pressão para alcançar o sucesso pessoal e profissional. Devido à natural competitividade cada vez mais acirrada em todos os campos profissionais, os jovens de hoje sofrem muito mais pressão para ter sucesso que as gerações anteriores". Como jovens, acreditamos que a sobrecarga letiva pode levar a um cansaço e esgotamento mental. Sendo assim, pensamos ser fulcral uma alteração na estruturação do calendário escolar, de modo a que haja uma harmonia entre a vida pessoal e profissional, reduzindo assim os índices de degradação mental. O padrão cerebral de resposta negativo e a adoção de comportamentos muito inseguros em relação às expectativas futuras são os aspetos que mais influenciam o surgimento desses transtornos mentais nos adolescentes e nos jovens.

Medidas Propostas

1. Contratar psicólogos especializados em saúde mental, proporcionando ações de esclarecimento, acompanhamento e apoio para os alunos.
2. : Implementar ações de formação para os encarregados de educação, com o intuito de alertar para os possíveis sinais de fragilidade mental dos seus educandos, tal como o uso exagerado de tecnologias de informação e comunicação nos jogos e nas redes sociais (levando a um estado de saúde debilitado), por exemplo.
3. Redistribuir as pausas escolares ao longo do ano, de forma a minimizar o stress e a pressão causada pela extensa carga letiva e assegurar um melhor equilíbrio e estabilidade mental nos jovens.