PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Secundária Jorge Peixinho, Montijo


Exposição de motivos
Atualmente, ouve-se falar, cada vez mais, sobre saúde mental. Mas não significa que este seja um assunto exclusivo da atualidade. Desde sempre existiu, tal como a saúde física, tendo ambas uma enorme importância para o bem-estar integral de cada indivíduo.
Visto isso, a saúde mental não deve representar de todo um tema tabu a ser abafado, mas antes um tema comum a ser discutido por todos para que seja possível entender as causas de problemas associados e buscar os métodos para, neste sentido, ajudar a melhorar a vida de cada peculiar pessoa na nossa sociedade.
E sendo então a saúde mental dos jovens o tema aqui abordado, explorámos e aprofundámo-nos nalgumas possíveis causas para os problemas que daí se desdobram, e assim notámos que estão todas conectadas. Enumeremos algumas, começando pelo cyberbullying: é notável como cada vez mais o cyberbullying é responsável por danos na nossa mente tendo, como consequências, desde inseguranças causadas pela permanência em bolhas sociais tóxicas, até a ameaças feitas por outrem. Isto também está interligado ao bullying pois, sendo praticado na vida real, o bullying, como é vulgarmente conhecido, não se trata só de agressão física, mas pode também estender-se ao abuso psicológico, não só feito entre jovens adolescentes, mas também entre adultos.
O stress escolar – outro ponto não menos importante – não nasce apenas da pressão de exames, testes, trabalhos ou todas as horas perdidas de sono para cumprimento de todas as tarefas, mas também de problemas familiares, de preocupações externas maiores (como problemas sociais e económicos), de preocupações com o futuro que a sociedade instiga (faculdade, trabalho, casa, etc.) e muitas vezes o medo de não ser aceite pela família, colegas e outros grupos devido às suas diferenças. Por vezes os jovens por estarem incluídos numa chamada minoria social – este aspeto igualmente conectado ao bullying – também afeta grandemente a saúde mental dos jovens.
As medidas, agora propostas, têm o propósito de facilitar a acessibilidade ao apoio, orientação e instrução, em especial na dimensão psicológica e social do ser humano, e eliminar complicações desnecessárias no seu caminho de integração na comunidade e florescimento individual – ideais que, queremos nós crer, são de interesse comum a todos e a todas.
Já passou da hora de percebermos que, para lá chegarmos juntos, não podemos ser peças inanimadas de uma máquina social inconsciente, mas sim pessoas com vidas próprias, repletas de dores e alegrias; pelo que, antes de nos dominarmos, temos de nos conhecer inteiramente a nós próprios, e só assim poderemos transformar-nos naquilo que queremos ser.
As nossas vidas nunca estarão de facto nas nossas mãos enquanto ignorarmos que, por trás das roupas que vestimos, por debaixo da pele que habitamos, há um mundo inteiro a girar dentro de cada cabeça, ainda por descobrir.


Medidas Propostas
  1. - Implementação de mais projetos de desenvolvimento de competências sócio emocionais em idade precoce, no âmbito escolar (como, por exemplo, palestras de consciencialização proferidas por especialistas e testemunhos de pessoas que já passaram por situações complexas).
  2. - Aumento do número de profissionais especialistas em saúde mental em instituições educativas e hospitalares.
  3. - Reestruturação da forma de avaliação dos cursos cientifico-humanísticos, enfatizando a avaliação interna para a sua conclusão e utilizando a avaliação externa apenas como meio de acesso ao ensino superior.