PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Secundária Infante D. Henrique, Porto


Exposição de motivos
Na nossa reflexão sobre o tema do Parlamento dos Jovens levou-nos primeiro ao que nos parece ser a origem de muitos dos desequilíbrios na saúde mental dos jovens: a família. A entidade com mandato para acompanhar as famílias no sentido da proteção das crianças e jovens é a CPCJ. Acreditamos que a CPCJ tem de ter equipas estáveis e com um número maior de técnicos especializados em saúde mental e de assistência social que lhe permita um acompanhamento mais próximo e mais contínuo e protegendo melhor o desenvolvimento mais saudável das crianças e jovens, detetando e tratando os problemas o mais cedo possível.
Depois pensamos na escola, o local onde passamos grande parte dos nossos dias e que é o sítio de muitos desafios para os jovens. Sabemos também que o recurso a psicólogos e psiquiatras ainda é um estigma entre os jovens que os faz não recorrer a terapia e apontar o dedo a quem recorre. Achamos por isso que deve haver um número maior de psicólogos na escola para que possam relacionar-se com todos os estudantes e não apenas com aqueles que são "sinalizados". Parece-nos também importante que a rede de assistência à saúde mental dos jovens deve também ser melhorada a nível dos cuidados de saúde primária, fora da escola nem que referenciados pela escola, para que os jovens possam escapar ao apontar do dedo pelos colegas e para poderem também ter apoio médico psiquiátrico.
Sentimos que muitos jovens da nossa idade, talvez na sequência dos confinamentos por causa da Covid 19, têm vindo a cair em consumos ilícitos como uma saída para a sua insatisfação e instabilidade. Para atacar esta situação consideramos importante que haja uma rede nacional de salas de consumo assistido, criando comunidades terapêuticas capazes de travar esta progressão, capazes de recuperar jovens deste caminho de autodestruição.
A saúde mental nos jovens deve ser tida como um assunto de saúde pública da maior importância. Se os jovens não tiverem um desenvolvimento saudável, amanhã teremos adultos com menos formação, pouco produtivos para a sociedade e doentes.


Medidas Propostas
  1. Aumento do número de psicólogos nas escolas, e também nos cuidados primários, para poderem contactar com todos os jovens/alunos e não apenas os sinalizados, normalizando o recurso a terapia pelos jovens
  2. Aumento do número de técnicos de saúde mental e assistência social nas CPCJ para acompanhamento mais próximo e a mais famílias
  3. Aumento da rede de salas de consumo assistido no país com comunidades terapêuticas que possam recuperar jovens envolvidos em consumos ilícitos cujo número tem vindo a aumentar.