Exposição de motivos

Partindo-se de uma pesquisa nos meios de comunicação social acerca de registos oficiais sobre episódios relacionados com a saúde mental dos jovens depara-se com o crescente pedido de ajuda ao INEM a casos de jovens com pensamentos suicidas, agressões, depressões, crises de ansiedade e dificuldades em controlar emoções. De acordo com o Jornal de Notícias, com data de 18 de janeiro de 2023, o total de ligações, em 2022, superou as 20 mil chamadas, resultando numa média de 55 pedidos por dia.
Estes números explicam-se dada a realidade geral e particular de cada indivíduo, seja pela temporada de confinamento durante a pandemia, a guerra na Ucrânia, a crise económica, a morte de familiares, a pressão social, entre outros. Não obstante, os jovens não são quem mais pedem ajuda, mas são o grupo onde o número de chamadas mais aumentou. Entre os 10 e os 19 anos, registou-se um crescimento de 52% dos pedidos de ajuda. Os casos de suicídios e tentativas de suicídio estão a aumentar, as agressões também, tal como as depressões, crises de ansiedade, dificuldades em controlar emoções. Os pedidos de ajuda são mais e a situações reportadas pelos jovens são cada vez mais graves.
A todas as situações apresentadas acrescenta-se o ritmo da nossa sociedade, que, no nosso entendimento, se compara a uma “rat race”, uma corrida de ratos, uma vez que que consiste num estilo de vida em ciclo fechado, previsível e angustiante – trabalho, dinheiro, gastos e despesas. Esta pressão degrada a saúde mental dos indivíduos, uma vez que parece que se vive para apenas para sobreviver, presos a ideias de funcionamento mecânico e repetitivo, sem espaço para a individualidade, para a tranquilidade e sempre numa corrida contra o tempo.
Neste sentido, urge que o país adote medidas que promovam o bem-estar e a saúde mental junto dos jovens, mas também dos adultos, medidas que implicam um peso financeiro, mas que não deve ser por essa via medido, dado que uma sociedade feliz e equilibrada resultará num país verdadeiramente rico.

Medidas Propostas

1. Colocação de mais profissionais na área da saúde e da psicologia no SNS e nas escolas no sentido de dar maior cobertura aos jovens com problemas de saúde mental.
2. Implementação de planos específicos que envolvam reuniões, encontros, palestras e dinâmicas no âmbito da promoção do bem-estar e saúde mental junto das crianças, jovens, encarregados de educação e pais nas Escolas com caráter obrigatório de forma a descontruir o preconceito e desconhecimento face à importância da saúde mental.
3. Reestruturação das cargas letivas previstas semanalmente, garantindo-se mais tempo para que as crianças e jovens possam explorar atividades lúdicas, recreativas e desportivas de forma gratuita, visto que, na maioria das vezes, não são acessíveis a todos pelo seu preço e horário pós-laboral.