PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Colégio Novo da Maia


Exposição de motivos
No século XXI, o tabu que era a doença mental começa a perder força, dando espaço à discussão de soluções multissetoriais para esta pandemia. A nossa lista pretende contribuir para este debate partilhando um plano de ação que exija mobilização mínima de recursos extra e seja eficaz no combate da doença mental.
Na sua maioria, as doenças psicológicas têm base em experiências ou hábitos desenvolvidos na infância. Assim, a nossa primeira medida procura munir os pais de ferramentas que possam contribuir a longo prazo para o desenvolvimento psicológico saudável do jovem. Ainda que possa aparentar uma medida de intervenção prematura, ensinar um recém-nascido a ser perseverante perante desafios contribui para um psíquico mais robusto e menor risco de depressão. Por outro lado, ensinar a criança a definir limites pessoais torna-a menos provável de se deixar envolver em relações abusivas. Ou até promover uma relação saudável com a comida mitiga os riscos de desenvolvimento de distúrbios alimentares no futuro. As crianças começam a imitar comportamentos de quem as rodeia com apenas meses. Aproveitemo-nos disso.
Uma das maiores diferenças entre as doenças físicas e as psicológicas é que as últimas não são visíveis. Os seus indícios e sintomas são difíceis de detetar e, por esse motivo, podem passar anos sem serem tratados.
Compreendemos assim que seria fundamental a aplicação geral de um questionário que servisse dois propósitos. Por um lado, identificar as fragilidades psicológicas de cada jovem, permitindo assim partilhar com os pais os sinais que estes devem procurar. Por outro lado, identificar os jovens que requerem de acompanhamento psicológico.
As consultas de acompanhamento com o médico de família proporcionam um ambiente de familiaridade ao jovem, deixando-o mais confortável. Adicionalmente, permitem uma monitorização mais contínua e personalizado do jovem sem ocupar uma grande porção da consulta.
Por fim, os professores acompanham os jovens durante uma grande parte do dia e ao longo de vários meses, no mínimo. Assim, o professor pode ser um poderoso agente da saúde mental, mas, para tal, deve ter as ferramentas necessárias. Optamos assim por atacar a raiz do problema, completando a educação base do professor. Ainda que alguns mestrados incluam cadeiras de psicologia da educação ou da aprendizagem, estas não abordam o tema da saúde mental, mas sim a assimilação do conhecimento. A incorporação de uma cadeira relacionada com a psicopatologia fornecerá aos professores as competências necessárias para responderem às necessidades psicológicas e pedido de ajuda dos seus alunos.
A lista do Colégio Novo da Maia acredita que “com pouco fazemos muito”. Aproveitando-se de momentos de avaliação e aprendizagem já existentes, combatemos em primeira linha a doença mental e os seus efeitos nos jovens portugueses.


Medidas Propostas
  1. Antes da alta hospitalar de um recém-nascido, serem transmitidas aos pais boas-práticas que potenciem uma dinâmica familiar saudável e o desenvolvimento de ferramentas psicólogicas (como lidar com a frustração e o fracasso, ser perseverante perante desafios, como definir limites pessoais, ter uma boa relação com a comida,...).
  2. Nas consultas programadas com o médico de família, ser aplicado um questionário que avalie o grau de risco do paciente para desenvolver certas doenças psicológicas. Assim, será mais fácil monitorizar eventuais sinais de risco e, tendo em conta o histórico do jovem, poderá ser reencaminhado imediatamente para os serviços de psicologia.
  3. Obrigatoriedade da incorporação de uma unidade curricular relacionada com psicopatologia nos mestrados da área da Edudação.