Exposição de motivos

Esta proposta tem como base o reconhecimento do papel determinante da família na promoção da saúde mental do jovem e, por consequência, no seu futuro. A nossa análise permitiu-nos concluir que no seio familiar existe alguma desinformação ou escassez de conhecimentos acerca desta temática. Entendemos, por isso, fundamental promover a capacitação dos membros do agregado familiar, sobretudo pais e irmãos, da seguinte forma: criação de ações de sensibilização e formação promovidas pelas Unidades de Saúde Familiar, à semelhança do que já ocorre na preparação das competências parentais durante a gravidez; criação do psicólogo de família em articulação com o médico de família e, na maioria dos casos, com a escola e a capacitação das famílias na resposta a esta problemática com a criação do cheque mental (Mental-Check), documento a ser disponibilizado pelo Ministério da Saúde a crianças e jovens até aos 18 anos, possibilitando o recurso ao setor privado para fazer face às necessidades prementes do foro psicológico. Neste âmbito, o psicólogo de família desempenharia um papel fundamental no acompanhamento do processo e na atribuição do cheque mental.
Consideramos que os psicólogos são os profissionais privilegiados para fazerem a intervenção nas escolas, no domínio da saúde mental e que, no nosso entendimento, deverá revestir-se de um caráter preventivo e curativo. Assim, um dos objetivos desta medida seria a avaliação da saúde mental dos alunos, principalmente do 3º ciclo, do ensino básico, através da realização de rastreios emocionais. Para obviar as dificuldades que pudessem existir nas estratégias utilizadas nesse rastreio, como por exemplo aplicação de questionário online, poder-se-ia criar parcerias com o ensino superior, permitindo aos alunos do curso de Psicologia, a realização de estágios em contexto escolar. Com isto, criar-se-iam condições para ampliar o papel destes estudantes de psicologia, nomeadamente no domínio da capacitação da comunidade escolar através da realização de ações de sensibilização e formação, no âmbito da saúde mental, para a promoção de hábitos de vida saudáveis, para o desenvolvimento de competências pessoais e sociais e formas de atuação em situações específicas. Esta estratégia formativa seria, em nosso entender, um contributo eficaz para o aumento da literacia, o combate ao estigma e à consolidação de boas práticas no domínio da saúde mental dos jovens.
De acordo com os dados da Ordem dos Psicólogos, os problemas de saúde psicológica agravaram-se, destacando-se os problemas de ansiedade (20.5%) e os problemas de depressão (25.2%). Por este motivo, propomos a criação, na escola, de um clube dedicado à promoção da saúde mental, possivelmente denominado PsicPlus, organizado por alunos com formação prévia no domínio da saúde mental, e acompanhado por professores e/ou psicólogos. A frequência desta atividade extracurricular seria feita através de inscrição prévia e com caráter facultativo.

Medidas Propostas

1. Capacitação da família na promoção da saúde mental nos jovens, através de ações de sensibilização e formação, da criação do psicólogo de família e da atribuição do cheque mental.
2. Promoção da saúde mental nas escolas com o aumento de psicólogos e de estabelecimento de parcerias com escolas do Ensino Superior.
3. Criação de clube promotor da Saúde Mental – ‘PsicPlus’, como atividade extracurricular de caráter facultativo.