PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Secundária Padre António Vieira, Lisboa


Exposição de motivos
A Organização Mundial de Saúde, refere a saúde mental como bem-estar onde o indivíduo desenvolve as suas habilidades pessoais, consegue lidar com os problemas da vida, é produtivo e está apto a contribuir para a comunidade.
Em Portugal, estima-se que 400 mil pessoas sofrem de depressão e, 1 em cada 5 sofre de ansiedade. A saúde mental deteriorou-se com a pandemia.
Em 2021, segundo F. M. Rodrigues, existiam 24 mil psicólogos em Portugal. Destes, apenas 1000 registados no SNS e destes, apenas 250 nos cuidados primários. Estes dados, associados ao aumento da procura pelos utentes, fez com a espera por uma consulta aumentasse de 2 meses para um ano.
O orçamento de estado, destinado ao SNS, aumentou em 2022, cerca de 700 milhões (5,6%). Destina-se, maioritariamente, problemas a nível físico, e não mental. Sensibilizamos para o aumento do orçamento de estado destinado à saúde mental, pois cerca de 27% da população portuguesa experienciou problemas na saúde mental em 2021, (ONU). Investir na saúde mental permite aproveitar a qualificação dos psicólogos e controlar a evolução de patologias que requerem tratamentos mais dispendiosos.
O meio escolar é uma fonte de pressão para os jovens, com consequências na sua saúde mental. Em 2022, o Ministério da Educação, apresentou o estudo “Saúde e Bem-estar", que diz que um terço dos alunos que frequentam a escola pública, revelam sinais de sofrimento psicológico e défice de competências socio-emocionais para conseguir lidar com a situação. Assim, para além dos psicólogos vocacionais, deverá existir um espaço para o aluno trabalhar a saúde mental, que possibilite, por exemplo, terapias de grupo. Por outro lado, há fatores familiares que podem desequilibrar a saúde mental do jovem. Quando necessário e adequado deverá ser possível integrar as famílias nessas terapias. Outro ponto é a falta de valorização da saúde mental no meio universitário. É uma nova etapa na vida dos jovens. Muitos deixam as suas casas e cidades natal, passam a viver sozinhos, têm uma crescente pressão e quantidade de estudo, mudanças e responsabilidades legais acrescidas o que pode afetar a sua saúde mental. Assim, defendemos igualmente a implementação destas estruturas no meio universitário. Estudo de 2019 refere que cerca de 55,4% dos universitários sofrem de exaustão emocional. Em 1067 estudantes universitários, 1 em cada 3, toma medicação no âmbito da saúde mental. Estes dados tendem a piorar com a pandemia. A criação destas estruturas permitiria um acompanhamento preventivo de patologias de impacto negativo na produtividade dos estudantes e futuros jovens trabalhadores.
A saúde mental é um tema tabu. A falta de informação reforça esse tabu. É necessário promover campanhas informativas apelativas e baseadas na ciência que permitam enfrentar esta questão sem preconceitos. A divulgação deve ser abrangente e atingir vários públicos. Através destas campanhas será possível ter outra visão sobre a saúde mental.


Medidas Propostas
  1. Proposta do aumento do orçamento de estado destinado à saúde mental
  2. Criar estruturas de saúde mental no meio escolar que promovam terapias de grupo e permitam a intervenção familiar quando adequado e necessário
  3. Fomentar a divulgação da informação sobre a saúde mental através de meios de comunicação diversificados.