PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Agrupamento de Escolas de Batalha


Exposição de motivos
Importa criar condições para que o crescente número de jovens que apresentam patologias no campo da saúde mental possam ter apoio, mas, na nossa opinião, urge mudar mentalidades e capacitar os jovens e professores de ferramentas, para que possam lidar com o seu stresse, serem produtivos e capazes de impactar a sua comunidade de forma positiva. Falamos da existência de um estigma em torno das perturbações mentais e da falta de informação sobre as mesmas. A legislação que aborda a Saúde Mental em Portugal refere-se, na verdade, apenas à doença: tem como foco o tratamento de pacientes internados e a cura das respetivas patologias, e nós consideramos que a prevenção e sensibilização para o tema deve ter igual destaque nesta matéria.
Assim, a nossa 1.ª medida passaria pela educação/ sensibilização sobre esta temática, capacitando, desta forma, os alunos e professores para melhor lidarem com as patologias, estarem alerta no que respeita aos sinais e, ainda, corrigirmos as assimetrias familiares, pois, nem todas as crianças têm o mesmo amparo emocional em casa. Por outro lado, sabemos que quando passamos a mensagem para os alunos, ela é replicada junto das famílias, sendo uma excelente forma de combatermos o estigma, os estereótipos e preconceitos.
No que respeita à 2º medida, sabemos que o desporto, para além de prevenir o risco de várias doenças ao nível circulatório e ser uma mais valia para desenvolver a flexibilidade, a postura e a coordenação motora, atua como fator preventivo no desenvolvimento de patologias como as perturbações mentais. Considerando a contribuição positiva que estes desportos têm no equilíbrio físico e mental dos praticantes (“Corpo são, mente sã!”) é importante a sua prática regular. Fundamentalmente, denotamos o seu efeito no auxílio à redução do stresse, da ansiedade e do risco de depressão, melhorando a concentração e o foco.
A execução do programa de Educação Física, mediante a introdução de novas modalidades, poderá em muito contribuir para o equilíbrio dos nossos jovens, sobretudo, se as modalidades a praticar forem promotoras do bem estar, harmonia e relaxamento.
Relativamente à 3º medida, o conceito de “Saúde Mental”, segundo a OMS, não se restringe apenas ao bem-estar pessoal de cada um, mas engloba, também, a capacidade de “contribuir para a comunidade em que se insere”.
A realidade é que os jovens são aqueles que mais sofrem de perturbações mentais, 1 em cada 7 entre os 10 e os 19 anos sofre deste tipo de patologias, logo, é urgente ouvir as preocupações desta faixa etária. Por outro lado, a pandemia veio mostrar-nos a importância da rede de partilha e da educação pelos pares. Muitas das situações são identificadas pelos próprios colegas e amigos e só posteriormente pelos técnicos na escola.
Esta proposta não substitui ajuda médica profissional, existe apenas no sentido de fornecer ao aluno a oportunidade de dar e/ou ouvir uma palavra amiga.


Medidas Propostas
  1. Criação de um “Programa de Educação para a Saúde Mental" (módulo de formação) de lecionação e frequência obrigatória por parte dos alunos a partir do 5.º ano, sendo que este seria lecionado por professores que detinham formação prévia. Os conteúdos programáticos seriam abordados, sempre que possível, de forma interdisciplinar.
  2. Introdução de novas modalidades desportivas no Programa Curricular de Educação Física, que promovam o relaxamento e o autocontrole, tais como Yoga, Pilates, Karaté e Muay Thai. Embora as modalidades não se foquem nas questões do desporto de grupo ou na orientação espaço -temporal, permitem o equilíbrio entre a mente e o corpo, o autoconhecimento e o controlo de impulsos.
  3. Criação de uma rede de partilha entre os jovens que se operacionalizaria através de um espaço físico na escola onde os alunos poderiam relaxar (através de pintura de mandalas ou de meditação), partilhar experiências de vida, expor os seus problemas
    e dar ao outro uma palavra conselheira e amiga. Esse espaço poderia estabelecer protocolos com a comunidade envolvente de forma serem dinâmicos e promotores de atividades.