Exposição de motivos

A proposta que se fez aos jovens para refletir sobre a saúde mental lançou-nos a todos num movimento introspetivo, numa tentativa de inventariar as causas, referenciar situações e refletir em intervenções possíveis.
Em primeiro lugar surpreendeu-nos a energia contagiante da resposta dada pelos nossos alunos do Secundário. De onde esperávamos indiferença, surgiu intervenção e esperança. De onde pensámos haver dúvidas, surgiram sinergias que não se conheciam e vontades que não se tinham ainda manifestado. De onde esperámos medos ou vergonhas, surgiram peitos abertos, cheios de vontade de participar, de se expor, de perguntar, de amadurecer.
O caminho que se fez até aqui, acompanhando os nossos jovens alunos do ensino Secundário, tem sido de uma riqueza que dificilmente colocaríamos em palavras. Mas tem sido bom. Muito bom.
Numa sessão escolar muito participada, com debates intensos e profundos, com respeito absoluto pelo outro e em que se procuraram respostas comuns, foi engrandecido o Agrupamento de Escolas da Nazaré, que passou a contar com jovens mais ativos, mais disponíveis e capazes da intervenção num meio que nenhum de nós, adultos, conhece como eles.
Discutiram-se as propostas das listas, a possível articulação entre elas, a sua exequibilidade e a forma como serão apresentadas.
As propostas que se sintetizam a seguir têm em si a carga da ponderação de que foram alvo, esperando nós que possam ecoar na decisão política nos diferentes níveis de decisão (escolar, local, municipal, regional ou nacional).

Medidas Propostas

1. CHEQUE PSICÓLOGO - Propõe-se uma estratégia em que cada aluno tem acesso a um psicólogo, ficando na decisão individual se se trata do psicólogo escolar, ou qualquer outro. - Este cheque pode constituir-se como uma estratégia de intervenção em espaço escolar, sem aumentar a despesa pública com a contratação de mais psicólogos, devendo, em vez disso, serem estabelecidas parcerias com a Ordem dos Psicólogos, Hospitais ou Centros de Saúde.
2. MAIOR INTERVENÇÃO DOS ALUNOS NA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR - Desenvolvendo o que se prevê nos Decretos Lei 54 e 55/2018, de 6 de julho, permitir que os alunos do Secundário participem na preparação / organização do ano letivo, nos termos definidos para a Flexibilidade e Autonomia (em que cada Agrupamento pode gerir até 25% da carga horária) em função de projetos / metas estabelecidos. Permitir menos tempos letivos e mais autonomia na gestão desses tempos (maior dinamização).
3. Organização de Palestras / Workshops no âmbito da Saúde Mental. - Propor aos Diretores dos Agrupamentos de Escolar mapas anuais com a organização de Palestras / Workshops em função de temas propostos pelos alunos.