PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Profissional e Artística da Marinha Grande


Exposição de motivos
Já conhecemos bem o impacto que a pandemia da COVID-19 teve na vida de todos. Afinal, nunca antes o mundo experienciou um período assim.
E se para os adultos esta é uma realidade dura, o que dizer dos adolescentes que têm de conviver com mudanças radicais na etapa mais peculiar das suas vidas? Numa altura da vida em que os jovens têm maior necessidade de interagir com os/as seus/suas amigos/as e de construir novas amizades, a pandemia privou-os de fomentar relacionamentos interpessoais. Ao regressarem à vida normal, muitos jovens sentiram dificuldade em socializar e construir novas amizades porque durante dois anos não adquiriram competências sociais. Quando os jovens são introvertidos por natureza, esta situação torna-se ainda mais difícil e os têm tendência a isolar-se cada vez mais. Para além disso, hoje em dia, muitos jovens têm uma baixa autoestima e fruto de vários fatores, nomeadamente, do distanciamento e confinamento forçado pelo qual passaram, acabam por entrar em relacionamentos tóxicos, nos quais muitas vezes existe violência física e psicológica. Para agravar, a situação de baixa autoestima provoca, muitas vezes distúrbios alimentares com gravíssimas consequências físicas e psicológicas. Por fim, o distanciamento físico, o confinamento, o tempo de exposição a ecrãs de computador ou telemóvel, a redução de atividades físicas, a perda de familiares e outras situações provocadas pela Pandemia COVID-19, fizeram com que os problemas de ansiedade e de depressão dos jovens se agravassem. Muitos jovens têm medo e/ou vergonha de pedir ajuda e, após a Pandemia, muitos dos que sentiram necessidade e conseguiram procurar ajuda médica, não a receberam, pois a lista de espera para os Serviços de Saúde Mental aumentou, o que agravou o seu sofrimento psicológico. Os Serviços de Psicologia e Orientação das Escolas não conseguem dar resposta a todos os casos de alunos, principalmente devido ao crescente número de situações a necessitar de acompanhamento psicológico que procuram ajuda. Muitos pais não dispõem de condições financeiras que lhes permita pagar consultas de especialidade no serviço de saúde privado e, mesmo quando encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde para uma consulta da especialidade no hospital público, a resposta deste serviço chega, muitas vezes, quando o problema já está demasiado grave. Perante este cenário, muitos jovens sentem-se cada vez mais sozinhos e desamparados, vendo o seu estado de saúde agravar-se.


Medidas Propostas
  1. Organização de um sistema de apadrinhamento de novos alunos, em que os alunos do 11.° ano apadrinham os alunos que entram no 10.º ano, com o objetivo de os acolherem e integrarem na escola. A madrinha/o padrinho apresenta a escola e os seus serviços, explica as regras da escola e ajuda a entrar nas plataformas digitais necessárias, e ainda organiza atividades com outros/as padrinhos/madrinhas, para que os novos alunos possam conhecer-se e socializar, evitando o isolamento.
  2. Organização de atividades para consciencializar e combater a violência no namoro, nomeadamente, peças de teatro relacionadas com o tema e a criação de uma linha de apoio anónima em cada escola para que a vítima possa pedir ajuda e depois ser encaminhada, se assim o entender, para os serviços de especialidade, ou para alguém que assista ou tenha conhecimento de casos de violência no namoro entre os colegas de escola, possam alertar para essas situações.
  3. Criação de um grupo de apoio psicológico na escola, através de uma reunião semanal com a duração máxima de 1 hora e 30 minutos com a Psicóloga do Serviço de Psicologia e Orientação. Esta reunião tem como objetivo abordar temas pedidos pelos alunos ou sugeridos pela Psicóloga e serão trabalhados através de dinâmicas de grupo práticas, de modo a facilitar a expressão de ideias e emoções. Semanalmente irão os alunos que pretenderem, no número máximo de 15.