PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Secundária de Arouca


Exposição de motivos
Medida 1: O reforço de psicólogos nas escolas e a dinamização de sessões de prevenção das doenças mentais, que dariam a conhecer aplicações no telemóvel e linhas SOS de redes de apoio psicológico, poderiam servir como um incentivo para a melhoria da saúde mental. Pretende-se então que exista pelo menos um psicólogo para cada 500 alunos de forma a que estes se sintam acompanhados e tenham sempre disponível ajuda. Estes profissionais seriam os mais adequados para encaminhar os adolescentes, num processo individual, na resolução de problemas de caráter psicológico, emocional, social, sexual e até mesmo físico. Para além disso, seria importante a criação de palestras onde os jovens pudessem colocar diversas questões e debater sobre as respetivas soluções.
Medida 2: O facto de a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, no currículo atual, não existir como disciplina autónoma e de frequência obrigatória, no Ensino Secundário, torna-se, no nosso entender, um aspeto negativo/restritivo de acesso dos jovens a temáticas fundamentais para o seu desenvolvimento mental. As tecnologias trouxeram um mundo globalmente mais próximo com a informação à distância de um simples click, mas ajudaram a constatar resquícios de solidão, frustração, esvaziamento emocional, dependência tóxica do virtual e desprezo pelo essencial do humano: um Ser Com/ E para o OUTRO. Sendo a adolescência um momento da vida único, bastante complexo e formativo, vivido por seres frágeis que, muitas vezes, não conseguem gerir as dificuldades para ultrapassar os obstáculos, será, em nosso entender, um imperativo ético de vivência de cidadania implementar medidas de combate a comportamentos de ansiedade, depressão, carência de relacionamento social que podem evoluir para casos de, por exemplo, cyberbullying. Uma das grandes dificuldades, neste período de vida, é a inevitável procrastinação relativamente ao estudo académico, que cria no jovem situações de ansiedade e stress nos momentos de avaliação. Uma das formas de amenizar este mal-estar psicológico seria, por exemplo, demonstrar como se maximiza o nosso tempo de estudo.
Medida 3: Necessidade de os pais estarem atentos ao comportamento dos jovens no sentido de uma deteção precoce de possíveis fatores que possam pôr em causa uma boa saúde mental. Consideramos este aspeto fundamental na medida em que muitos pais não estão suficientemente informados acerca da importância quer da deteção quer do tratamento da saúde mental dos jovens e do grande impacto que esse aspeto pode ter a nível pessoal, educacional, social e profissional. Segundo a OMS, a maioria dos transtornos mentais nos jovens não é diagnosticada e, por isso mesmo, não é tratada.


Medidas Propostas
  1. Reforçar as equipas de psicologia nas escolas portuguesas com a criação de um clube terapêutico para proporcionar mais meios e/ou oportunidades de ouvir e apoiar os jovens.
  2. Criar e tornar obrigatória a frequência de uma disciplina autónoma de “Educação para a Cidadania” também para o Ensino Secundário que iria substituir um tempo académico mensal. Das aprendizagens essenciais deveriam constar temas da atualidade e o incentivo de momentos de convívio entre os jovens bem como a dinamização da realização de atividades culturais e a criação de planos de estudo individuais organizados.
  3. Estabelecer parcerias entre diferentes ministérios (saúde/educação/cultura) com as autarquias para a organização de palestras e conferências no sentido de sensibilizar e ajudar os pais na deteção de problemas de saúde mental dos filhos e possível encaminhamento para a sua resolução.