PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Secundária de Figueira de Castelo Rodrigo


Exposição de motivos
A edição do presente ano letivo, do Parlamento dos Jovens, tem como tema “Saúde Mental nos jovens. Que desafios? Que Respostas?”
Consideramos o tema bastante pertinente atendendo à conjuntura atual, onde decorre uma guerra na Europa, que nos angustia perante o sofrimento de milhares de civis e onde as imagens da catástrofe enchem os serviços noticiosos. Vivemos uma grave crise económica que nos torna apreensivos relativamente ao nosso futuro pessoal e académico. Não podemos deixar de referir os dois anos de pandemia, que trouxeram consequências de vária índole onde as transformações do status quo vigente sofreram alterações profundas. Como manter o equilíbrio perante tantas mudanças abruptas e repentinas? Como encarar a escola e as relações que aqui se estabelecem perante tantos desafios?
Sabemos que é imperativo prevenir, embora no que concerne a saúde mental estamos mais habituados a remediar. Somos conhecedores que esta depende de fatores como: o bem-estar psíquico; a capacidade de adaptação e de superação de dificuldades e perdas; de relações afetivas satisfatórias; de hábitos saudáveis relacionados com o estilo de vida; da autoestima e do desempenho profissional positivo assim como de Valores humanos e da integração social.
As evidências científicas mostram que a prevalência de perturbações mentais entre as crianças e adolescentes tem vindo a aumentar, havendo segundo o Relatório de Saúde Psicológica e Bem-estar, de 2022, 1 em cada 3 alunos a acusar sinais de sofrimento psicológico e carências de competências socioeconómicas e 1 em 5 adultos têm problemas de saúde mental. Os custos associados aos tratamentos, ao acompanhamento dos familiares e consequente redução laboral relacionados com os problemas de saúde mental, traduz-se num impacto económico enorme para o país, que seria evitada se existisse uma verdadeira política de promoção da saúde mental nas escolas.
Vários estudos psicológicos recomendam o fortalecimento de fatores protetores para promover a saúde e o minimizar dos factores de risco, logo desde o ensino pré-escolar, tais como, uma estratégia integrada de promoção de competências socioemocionais, o aumento de atividade de lazer e/ou desportivas que permitam maior socialização, a promoção de um clima escolar saudável, o desenvolvimento de competências nos agentes educativos, entre outras.
Este é o mote que nos leva a apresentar medidas que acreditamos serem exequíveis na Escola, onde o bem-estar e a felicidade se apresentam como uma realidade possível e ao alcance de todos. Consideramos que é fundamental o envolvimento de todos e acreditamos que cada um é “agente de mudança”!


Medidas Propostas
  1. Reformular a carga horária e os currículos das diferentes disciplinas, de modo a tornar o ensino/aprendizagem mais prático e sem “stress”, que possibilite uma maior flexibilidade nos horários, criando tempos livres para aumentar a socialização entre os alunos.
  2. Legislar a obrigatoriedade de 12h letivas, para trabalhar, de forma prática, transdisciplinar e em todos os anos de escolaridade, as competências socioemocionais, de forma articulada entre os conselhos de turma e os técnicos do Serviço de Psicologia e Orientação.
  3. Formação de alunos que constituam equipas de “Embaixadores” de entreajuda, integração e promoção de bem-estar nos seus pares, bem como de sinalização e encaminhamento de situações de ansiedade, depressão e bullying, para os Serviços de Psicologia e Orientação.