Exposição de motivos

Os especialistas consideram que as crianças e jovens passam demasiado tempo na escola e que a carga letiva é exagerada, mas apesar dos estudos apontarem consequências nefastas ao nível da saúde mental, permanece tudo na mesma. Os jovens são submetidos diariamente a uma sobrecarga muito grande entre o período de aulas, que já ocupam muito tempo e as restantes atividades extracurriculares. Esta dinâmica, muitas vezes diária, a longo prazo tem consequências como o desenvolvimento de quadros de ansiedade em miúdos cada vez mais novos. É necessário repensar a organização da escola, os jovens deveriam usufruir de mais tempo em contexto não letivo sendo esse dedicado ao desporto e à cultura. É em contexto escolar que os alunos oriundos de ambientes socioeconómicos mais vulneráveis conseguem ter acesso a atividades que, de outra forma, não lhes seriam facultadas logo, seria importante a sua existência e diversificação em ambiente escolar permitindo o enriquecimento curricular de todos os alunos. A eficiência do sistema educativo tal como está delineado deveria ser avaliado, o tempo que o aluno passa na escola, financiado com recursos públicos, deverá ser medido e quantificado por meio de resultados em avaliações de rendimento escolar. Consideramos não existir relação direta, entre o tempo dedicado a atividades curriculares e o rendimento escolar. Apesar da maioria dos agrupamentos ter psicólogos, na maior parte dos casos são em número insuficiente tendo em conta o número de alunos que terão de acompanhar. O seu trabalho nas escolas é fundamental sendo a sua intervenção não só remediativa, mas também preventiva, promovendo contextos de bem-estar e facilitadores da aprendizagem. O seu trabalho pode e deve ir muito mais além do trabalho realizado em gabinete, devendo existir articulação com toda a comunidade escolar desenvolvendo ações que contribuam para o bem-estar, saúde física e psicológica, o aumento da qualidade e satisfação com a vida, a promoção das relações interpessoais saudáveis, a prevenção de violência e de outros comportamentos de risco. Neste sentido, as competências e capacidades dos psicólogos da educação constituem um apoio fundamental para as realidades individuais, sociais e até económicas dos contextos educativos, sendo inúmeras as evidências científicas da eficácia, do custo-benefício e dos resultados positivos da sua ação devendo por isso, existir em maior número nas escolas.
Constatamos que o desporto é um dos maiores aliados da promoção da saúde mental e bem-estar, sendo importantíssima a sua prática. Praticar uma atividade desportiva, além de todos os benefícios que pode trazer para a saúde física, é ainda benéfico não só para a esfera social, dado que, na maior parte das vezes, o desporto está associado ao contacto com outras pessoas promovendo assim a socialização, não só pela atividade em si como também pelo sentimento de pertença a um grupo que partilha uma mesma paixão, como também para a saúde mental.

Medidas Propostas

1. Proporcionar ambientes de aprendizagem que promovam o bem-estar e o desenvolvimento pessoal dos alunos.
2. Disponibilizar em meio escolar, os recursos necessários para o acompanhamento psicológico dos jovens.
3. Desenvolver na comunidade educativa estilos de vida saudáveis envolvendo vários parceiros a nível municipal e distrital.