Exposição de motivos

"uma mente sã num corpo são “é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Décimo Junio Juvenal, e apesar de famosa esta citação, que atravessa séculos, é pertinente questionar: “Será que estamos a cuidar da nossa mente como cuidamos do nosso corpo?” Mas, o que é a “Saúde Mental?” Não existe um consenso científico em torno do conceito de saúde mental. Na falta de uma definição específica, vejamos a definição de saúde em geral apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS): “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. Portanto, podemos afirmar que a saúde mental é uma parte integrante do processo. Não somos totalmente saudáveis se a nossa mente não se encontra em equilíbrio. Podemos concluir que esse é um aspeto da saúde que, se negligenciado, pode levar a consequências danosas no curto, médio e longo prazo.
E os problemas de saúde mental desenvolvem-se frequentemente na adolescência. A adolescência é um momento único, que molda as pessoas para a vida adulta.
O/A adolescente passa por múltiplas mudanças físicas, emocionais e sociais, incluindo a exposição à pobreza, abuso, violência, ou outras condicionantes que podem torna-los/torna-las vulneráveis a condições de saúde mental.
O direito à saúde e, em especial, o direito à saúde mental e ao bem-estar em geral, é um direito central no desenvolvimento das crianças e jovens adolescentes. Logo, é importante reconhecer os problemas de saúde mental, identifica-los, como os prevenir e o que fazer perante essa situação e, sobretudo, desmistificá-los.
É neste contexto, que surgem as medidas apresentadas neste projeto de recomendação, uma vez que visam promover o bem-estar mental/psicológicos e proteger os adolescentes/jovens de experiências adversas e fatores de risco que possam afetar o seu potencial para sua saúde física e mental na vida adulta.
Por outro lado, a formação de cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres, um dos objetivos do projeto “Parlamento dos Jovens”, é facilitada através do contacto com conteúdos programáticos relevantes que permitam a sensibilização para áreas como a saúde mental. As medidas propostas pela nossa Escola, Gil Vicente, Guimarães visam, acima de tudo, incentivar os/as alunos/alunas a falarem/desabafarem sobre os problemas que lhes criam angústias e, assim, evitar futuros problemas de saúde mental. Proporcionar momentos de lazer, bem-estar e unir as pessoas evitando ou reduzindo a exclusão social. E por fim, mas não menos importante, pretende-se alertar os/as adolescentes/jovens para as consequências de todos os tipos de problemas e suas consequências.

Medidas Propostas

1. Dinamização do projeto “Ansiosos Anónimos”, direcionado para os/as adolescentes/jovens da Escola. Serão disponibilizados, num local da Escola, duas caixas com papel/esferográfica, para que os/as alunos/alunas, anonimamente, possam escrever as suas angústias, dúvidas/questões sobre algum tema e possam ser ajudados/ajudadas. Numa caixa colocam as suas questões/dúvidas e na outra recebem a ajuda necessária. A Direção da Escola atribuirá um tempo não letivo de “Oferta de Escola” a um/uma docente ou vários/várias docentes (em função da proporcionalidade de participantes no projeto) que semanalmente procederão à gestão.
2. Incrementação de mais atividades extracurriculares (clubes, encontros interescolares, artes manuais, meditação como por exemplo reiki, mais modalidades desportivas no âmbito do desporto escolar).
3. Uma disciplina livre, como por exemplo “Clube de Debate”, para debater temas relacionados com a violência, a saúde mental, alimentar, bullying, racismo, igualdade de género, vício nos jogos online/computadores, entre outros.