PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico Ponte da Barca


Exposição de motivos
Enquanto alunos, sempre fomos confrontados com a ideia de que a escola é um local de aprendizagem, onde se potencia a construção do conhecimento. No entanto, através dos deveres e obrigações inerentes à realização das várias tarefas, frequentemente esquecemos que a escola é também um espaço de sociabilização, onde através das convivências com colegas, professores e outros agentes educativos, os alunos vão aprendendo normas e valores da nossa sociedade. Como tal, é um espaço de relações, quer sejam emocionais, afetivas ou profissionais, todas elas com influência no nosso futuro, quanto mais não seja como cidadãos.
No entanto, estamos a recuperar de um período pandémico que teve repercussões gravíssimas ao nível da saúde mental dos jovens: o isolamento, a lenta adaptação ao ensino à distância e, em muitos casos, a gestão do luto pela perda de um ente querido, levaram a um aumento significativo de perturbações emocionais. Muitos deles, devido aos contextos familiares, não souberam lidar eficazmente com a pressão e desenvolveram episódios depressivos. A COVID-19 agravou quadros de perturbação mental já existentes, em particular nas crianças e jovens. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, no período anterior à pandemia, 1 em cada 7 adolescentes padeciam com problemas de Saúde Psicológica e a maioria não recebia o apoio apropriado. Destacam-se a depressão e a ansiedade, com valores de 12.9% e 11.6%, respetivamente, sendo que o suicídio foi considerado a quarta principal causa de morte entre os jovens com 15-19 anos.
Atualmente, e com o rescaldo da pandemia, eis que surgem os números alarmantes e crescentes nas doenças de foro mental. Os problemas de ansiedade agravaram-se, apresentando valores de 20.5% e a depressão ronda os 25,2%. Inerente a este facto, a qualidade do sono diminuiu em 38% e 29% relatam uma alteração na sua alimentação, sendo estimados casos de "bullying" online na ordem dos 60%.
Será que a saúde mental dos jovens portugueses regrediu? A resposta é visível, pois 40% sentiram-se mais irritados/as, 50% mais aborrecidos/as e um em cada três adolescentes sentiu-se mais nervoso/a e preocupado/a. Além de que, o tempo de exposição a ecrãs triplicou e a prática de exercício físico reduziu de 60 minutos para 30 minutos.
Com a lenta reposição da normalidade, o nosso projeto parte do pressuposto que a escola pode desempenhar um papel fulcral na melhoria do bem-estar dos alunos e na consciencialização de que a saúde mental, em Portugal deve ser uma área de foco prioritário, de incidência imediata, de cariz preventivo e não remediativo ou encarada como um tabu.


Medidas Propostas
  1. 1. Criação de um grupo de autoajuda emocional (digital) no site do respetivo Agrupamento/Escola não agrupada, em parceria com a Ordem dos Psicólogos, onde possa ser dada uma resposta às questões/dúvidas feitas pelos alunos, mesmo que de forma anónima.
  2. 2. Promoção de curtas sessões de âmbito escolar, orientadas por psicólogos, que possam promover estratégias de autoconhecimento da mente e prevenção de doenças mentais.
  3. 3. Implementação de um desconto exclusivo para estudantes (nunca inferior a 20%) em todas as clínicas de psicologia do país.