Exposição de motivos

Tendo em conta que, atualmente, nas escolas se verifica, de ano para ano, um aumento significativo do número de alunos que recorre aos serviços de SPO, e dada a escassez de recursos humanos, nesta área, torna-se imperioso criar um sistema de atribuição/ colocação destes profissionais nos estabelecimentos de ensino ou em agrupamentos de escolas. Hoje em dia, a realidade das nossas escolas aponta para a razão de um psicólogo por cada 1100 alunos, o que representa uma capacidade de resposta muito deficitária. Assim, é imprescindível aumentar o número de psicólogos nas escolas. Com a implementação desta medida, todos os alunos, para além, de se sentirem mais seguros e confortáveis na sua escola, teriam uma resposta mais rápida e eficaz para os seus problemas (sejam eles ataques de ansiedade ou apenas nervosismo).
Atualmente, cada vez mais são as pessoas que passam por situações de emergência, relacionadas com doença ou transtorno psicológico. De acordo com estudos, 1 em cada 10 pessoas sofre de perturbações de ansiedade, e 30% da população já experienciou um ataque de ansiedade em que de entre os sintomas constam intensas dores no peito e respiração ofegante, podendo o indivíduo passar por uma paragem respiratória, nos casos de maior agravamento. Estes dados são apenas uma amostra da realidade recorrente de uma parte da população. Desta forma, a criação de um serviço nacional de emergência psiquiátrica e psicológica permitiria a existência de um serviço de emergência, para que qualquer indivíduo, que passe por algum tipo de urgência desta natureza, tenha uma assistência especializada e eficaz, evitando, assim, consequências de maior impacto. Para além de poder salvar uma vida, este serviço permitiria encarar os problemas mentais de uma forma mais inclusiva, evitando que a doença mental seja considerada um estigma.
Durante muito tempo, o ensino dos jovens foi conduzido de uma forma bastante tradicional e associada a métodos expositivos, onde a aprendizagem se realizava exclusivamente nas salas de aula, através de uma série de métodos rígidos. No entanto, na atualidade, o recurso a atividades práticas tem-se tornado cada vez mais frequente, no âmbito educacional. Numa “sala de aula tradicional”, o estudante, muitas das vezes, assume uma posição pouco participativa, onde muitos, inclusive, têm medo de se expressar. Assim, através de workshops ou projetos de caráter prático, o aluno pode estar em contato direto com o tema “Saúde Mental” e expressar-se de forma mais livre e sentir-se até motivado pelo tema, de forma a incentivar os mais novos e até os mais velhos a falar e debater o tema. É, também, através destas atividades que se desenvolvem a autonomia, o pensamento lógico, o trabalho em equipa e a autoestima do jovem, contribuindo para a aquisição de um conhecimento informado e esclarecido sobre o tema.

Medidas Propostas

1. Atribuição de um psicólogo por cada 400 alunos em cada escola, onde estes são responsáveis pelo acompanhamento dos alunos.
2. Criação de um serviço nacional de emergência psiquiátrica e psicológica.
3. Realização de workshops/ projetos, de carácter prático, para a prevenção e promoção da saúde mental nos jovens.