PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Escola Básica de Rates, Póvoa de Varzim


Exposição de motivos
A nossa participação no Parlamento dos Jovens do Ensino Básico, este ano sob o tema da Saúde Mental nos Jovens, parte essencialmente das duas premissas seguintes: da evidência da importância do tema na sociedade atual, que vivencia o rescaldo de dois anos de experiência pandémica e de cessação parcial do desenvolvimento socioemocional normativo das crianças e dos jovens, cujo impacto negativo psicossocial foi notório; e do papel fundamental que consideramos que a escola pública pode e deve ter na promoção do bem-estar psicológico das crianças, dos jovens e das suas famílias, tal como na prevenção da doença mental e/ou no apoio à respetiva intervenção.
Embora a relevância do tema tenha sobressaído em contexto pandémico, já anteriormente se verificavam as dificuldades que hoje vivenciamos: (a) o estigma associado à doença mental, que impede e/ou atrasa o acesso dos jovens à procura de intervenção, agravando situações de mal-estar psicológico; (b) a dificuldade de acesso, gratuito e célere, à intervenção por profissionais de saúde especializados que, apesar de existirem nas escolas e no Sistema Nacional de Saúde, existem em número extremamente reduzido e muito aquém daquelas que são, atualmente, as reais necessidades dos jovens e das respetivas famílias; (c) uma tendência para o isolamento social, relacionada, entre outros aspetos, com o vínculo que as crianças e jovens estabelecem, atualmente, com as tecnologias da informação e da comunicação, por vezes pouco regrada, que não só impede/atrasa a sua socialização com os pares, como os expõe a riscos como o cyberbullying, as fake news, entre outros; (d) a parca existência de atividades recreativas, culturais e políticas, tanto nas escolas como nas localidades, que permitam a participação efetiva e o envolvimento dos jovens nos assuntos institucionais e comunitários, promovendo, não apenas o seu sentido de agência, como também os seus sentidos de pertença ao grupo e de solidariedade social; (e) e as condições de trabalho precárias com que profissionais da educação e profissionais de saúde exercem a sua atividade, originando mal-estar e desgaste dos próprios, e impossibilitando escola pública e saúde pública de cumprir aquela que é a sua verdadeira missão: igualdade de oportunidades no acesso pleno e inclusivo à educação e à saúde.
É dentro deste enquadramento que pretendemos propor medidas concretas no âmbito da Saúde Mental nos Jovens, ao ser-nos devolvida a oportunidade de refletir, de procurar informação, de propor estratégias de mudança, e de experienciar o processo democrático em contexto de aprendizagem. Acreditamos na mudança e acreditamos num país que cuida efetivamente do bem-estar mental das suas crianças, dos seus jovens, e da sua população. Acreditamos que a nossa voz e que a nossa participação são cruciais num assunto que nos diz particularmente respeito, pelo que enunciamos em seguida as nossas propostas.


Medidas Propostas
  1. Mais assistentes escolares de psicologia para os estudantes: psicólogo escolar mandatário em todas as escolas do agrupamento, para os alunos poderem desabafar sobre as suas preocupações quando mais necessário.
  2. Promover a divulgação de associações de apoio psicológico.
  3. Sensibilizar os adolescentes, pais e a população em geral para estes problemas, como são causados e como os podemos evitar; com campanhas e programas.