PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Agrupamento de Escolas Dr. Carlos Pinto Ferreira, Vila do Conde


Exposição de motivos
Não é somente em datas como 10 de outubro (Dia Internacional da Saúde Mental) que devemos relembrar a importância da saúde mental.
A saúde mental das crianças e jovens em idade escolar nem sempre tem merecido a atenção necessária. Este grupo etário está sujeito a muitos fatores que poderão despoletar um grande sofrimento psicológico, entre os quais se destacam a desestruturação das famílias (separações litigiosas, violência doméstica, …), dependências (adições), situações limite de pobreza, entre outros. A situação pandémica, agravou, em muitos casos, estes fatores e trouxe para primeiro plano a premência do tema. De referir que os problemas do foro mental podem resultar, no presente, em problemas de integração / inadaptação e em insucesso escolar e, no futuro, em incapacidade duradoura, défice ao nível da integração familiar e social, instabilidade no emprego, para só mencionar alguns. Obviamente, todo este quadro se traduz em elevados custos económicos e sociais.
Assim sendo, a saúde mental das crianças e jovens, ainda muitas vezes negligenciada, tem de ser uma prioridade.
É fundamental proceder a uma intervenção precoce junto deste grupo-alvo, promovendo a inclusão social, a resiliência, assim como capacidade de adaptação e espírito crítico.
Como é óbvio, a Escola é chamada a contribuir para a promoção de uma boa saúde mental nas crianças e jovens.
As medidas que preconizamos serão, deste modo, ser um contributo significativo para a deteção precoce de problemas mentais e a resolução dos mesmos. De ressalvar que, as mesmas, se enquadram num contexto alargado no qual o Governo e as autoridades locais desempenham um papel fundamental.
As crianças e jovens passam uma parte significativa das suas vidas na escola, mas nem sempre podem, ou querem, dialogar diretamente com o psicólogo escolar, seja por dificuldades de horário, seja por medo de serem alvo de julgamento por parte dos pares, seja simplesmente por falta de à-vontade. O aplicativo tem como objetivo facilitar o contacto com o profissional. Ao instalar o aplicativo e ao fazer o login com o email institucional, o aluno terá acesso a um bloco de notas através do qual transmitirá o que está a sentir (poderá optar por escrever anonimamente, ou não). Logo que possível, o psicólogo que terá acesso ao que foi enviado e poderá ajudá-lo. Na aplicação estará disponível o número Nacional de apoio gratuito para o qual os jovens podem ligar de forma anónima para desabafar. Tendo em conta a proteção de dados, e dependendo da gravidade do “desabafo”, o mesmo poderá manter-se anónimo para o psicólogo e professores, ou não. Ainda nesta aplicação e atendendo à necessidade de um olhar amigo, será facultado o horário em que o psicólogo estará disponível para aconselhamento presencial.
Por outro lado, é do domínio comum que o jovem passa por grandes transformações, físicas e psicológicas, na fase da adolescência, o que resulta na necessidade de partilha de pensamentos, gostos, preferências, experiências,...


Medidas Propostas
  1. Criação de um aplicativo designado por “SOS Escola” com o objetivo de ajudar o aluno quando este necessita de desabafar sobre algo que o incomoda.
  2. Criação de uma disciplina facultativa, como acontece com EMRC, na qual que os alunos podem dialogar sobre mudanças psicológicas que têm ao longo do crescimento. Os alunos participantes terão acesso a uma consulta grátis anual para avaliar a sua saúde mental e sensibilizar para as práticas a desenvolver / reforçar para uma boa qualidade de vida.
  3. Criação de um programa de acompanhamento aos jovens por colegas que demonstrem disponibilidade, e capacidade para desenvolverem uma relação de proximidade e acompanharem esses jovens. O programa designar-se-á “Banco de amigos”.