Exposição de motivos

Infelizmente, vivemos numa sociedade onde ainda existe um grande estigma relacionado com a procura de ajuda por parte de psicólogos ou psiquiatras, e vários jovens não sentem o conforto necessário para que possam falar sobre os seus problemas (mentais ou emocionais), presencialmente, mesmo com o apoio dos profissionais de saúde.
Com a primeira medida, pretendemos criar uma ferramenta de comunicação mais acessível, a partir da criação de um chat online que será integrado na plataforma online de cada agrupamento de escolas aderentes ao projeto. Neste chat os jovens poderão falar com os psicólogos ou outros profissionais de saúde, de uma forma mais desinibida, podendo-lhes colocar questões e, deste modo, receber respostas para os seus problemas.
Para evitar o uso inadequado do site, a escola deverá criar uma conta de email institucional, cuja password será distribuída aos alunos no início do ano letivo.
Durante o acompanhamento de cada caso, o psicólogo deverá fazer o encaminhamento do aluno para consulta presencial, se o considerar pertinente, o aluno concordar e o E.E. autorizar, se o aluno for menor.
Tendo em conta o alarmante número de jovens afetados por problemas relacionados com a saúde mental, diversos estudos concluem que uma em cada sete crianças ou jovens, desde os 7 aos 18 anos, são diagnosticadas com problemas de saúde mental. É essencial que haja uma maior sensibilização para este problema, direcionada a jovens de todas as idades.
Neste sentido, na segunda medida sugerimos a realização de palestras semestrais que visam consciencializar os jovens sobre os comportamentos adequados à manutenção da saúde mental, assim como, dotá-los de ferramentas que os auxiliem a assegurar o seu bem-estar psicológico. Estas palestras destinam-se aos jovens em idade escolar.
As sessões de psicologia serão implementadas semestralmente e inseridas nas aulas de APDT e/ou de Cidadania.
Como a família é uma parte importante neste processo, propomos que sejam também promovidas palestras direcionadas aos encarregados de educação, para que estes possam adquirir ferramentas de prevenção, deteção e encaminhamento de problemas de saúde mental dos seus educandos.
Face ao número crescente de problemas de saúde mental nos adolescentes, agravado devido à situação pandémica vivenciada, é urgente que o ministério da educação assuma um compromisso com as escolas quanto à colocação de técnicos superiores de psicologia, em número suficiente e adequado às necessidades reais de cada escola/agrupamento, daí a proposta de criação de um rácio para determinação do número adequado destes técnicos com base no número de alunos identificados com necessidades de acompanhamento psicológico regular e sistemático. Como estas sinalizações podem ocorrer ao longo do ano, as regras para a colocação destes técnicos nas escolas deve permitir a sua contratação ao longo do ano letivo.

Medidas Propostas

1. Criação de uma plataforma/chat online onde os alunos possam desabafar anonimamente com psicólogos, visando fazê-los sentir-se mais confortáveis para falarem dos seus problemas
2. Prevenção, consciencialização e desmistificação do que é a saúde mental através da realização de palestras semestrais e de sessões de psicologia em contexto de sala de aula.
3. Criação e implementação de um rácio para o número de psicólogos nas escolas, em função do número de casos/alunos identificados e com necessidades de acompanhamento sistemático.