Exposição de motivos

Quando se questiona os alunos sobre “fake news”, estudos concluem que estes
estão familiarizados com o termo, no entanto, existe falta de confiança nas suas habilidades
de identificação de informação real ou falsa, existindo uma tendência por parte dos alunos
em acreditarem em muito do que vêm online sem questionar a sua veracidade e motivações;
por isso acreditamos que a educação dos jovens precisa de desenvolver competências de
pensamento crítico.
Estas aptidões críticas podem e devem ser integradas e aprofundadas nos
programas curriculares das disciplinas que envolvam a procura e análise de informação, e
em particular Português, Filosofia, Cidadania e Desenvolvimento, Tecnologias de Informação
e Comunicação (TIC), de forma a fomentar hábitos de pesquisa adequados e corretos. Esta
integração passaria também pela formação dos professores, instruindo-os sobre o problema
e disponibilizando-lhes métodos de ensino eficazes e esclarecedores sobre o tópico.
Além disso, acreditamos que a disciplina de TIC carrega demasiada importância na
educação digital dos alunos, pelo que deve verificar-se uma melhoria do programa curricular
da mesma, com o intuito de preparar as novas gerações para o mundo digital em que
vivemos, melhorando as suas capacidades de distribuição, acesso e análise de informação.
Devemos criar nos alunos a capacidade de encontrar e verificar informação,
recorrendo corretamente a motores de pesquisa e a plataformas comunitárias como a
Wikipedia, que é neste momento demonizada por grande parte professores como
possibilitando a propagação para informação falsa, mas é na verdade uma ferramenta
poderosa onde os alunos podem encontrar factos sobre um determinado assunto e as
respectivas fontes para os suportar, que podem depois seguir para verificarem a sua
veracidade e aprofundarem-se sobre o tópico.
Estando estabelecidos estes hábitos de pesquisa, acreditamos que outro dos fatores
que contribui para a disseminação de desinformação é a falta de transparência por parte dos
órgãos governamentais, como a assembleia da república, que não disponibiliza diretamente
no seu site o sentido de voto dos seus deputados.
Uma vez que a democracia é ameaçada pela desinformação, achamos que factos
políticos devem ser acessíveis universalmente de um modo descomplicado. A criação de
uma aplicação/plataforma que reúne fact checkers verificados e confiáveis contribuirá para
acesso à veracidade de factos políticos, contribuindo para a luta contra a desinformação e
dando um espaço a organizações de fact-checking verificadas para publicarem o seu
trabalho de forma acessível a todos.
No seguimento da concretização da segunda proposta relativa à transparência por
parte dos órgãos governamentais, consideramos imperativo que a população tenha também
acesso fácil e livre à lista de acionistas e stakeholders dos órgãos de comunicação social, de
forma a poderem determinar que organizações poderão ter influenciado a redação de um
artigo ou notícia publicado pelos mesmos.

Medidas Propostas

1. Melhorar os programas das disciplinas de forma a instruir a distinção entre factos e
   opiniões e a identificação de fontes confiáveis.
2. Criação de uma plataforma que reúna fact-checkers verificados e Integração da
   atividade e sentido de voto dos deputados nesta plataforma, no diário da república
   eletrónico e no website da assembleia da república.
3. Assegurar a transparência dos órgãos de comunicação social, através da divulgação
   da lista dos principais stakeholders dos mesmos e dos seus membros.