PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DA ESCOLA


Agrupamento de Escolas Leal da Câmara, Sintra


Exposição de motivos
Um inquérito Eurobarómetro de março de 2018 sugere que existe uma grande preocupação entre os utilizadores da Internet na Europa sobre notícias falsas: 85 % dos inquiridos consideraram as notícias falsas como um problema nos seus países e 83 % consideraram-nas um problema para a democracia.
A União Europeia intensificou a sua resposta a este desafio nos últimos anos. Em 2015 foi criada uma equipa para recolher e desmistificar a campanha de desinformação anti-UE e pró-Kremlin. Em outubro de 2017, peritos do meio académico, de plataformas em linha, dos meios de comunicação social e da sociedade civil foram convidados pela UE a divulgar as suas opiniões e estudos sobre notícias falsas e desinformação em linha. No mesmo sentido foi realizada uma consulta pública junto das populações europeias sobre a temática. Resultou dessa consulta pública que as medidas de desinformação tendentes a influenciar as eleições e as políticas de migração são as principais categorias em que a maioria dos inquiridos considerou que as notícias falsas são suscetíveis de prejudicar mais a sociedade. Para colmatar o problema, os peritos sugerem melhorias nos domínios da literacia mediática e informativa; ferramentas para os utilizadores e os jornalistas combaterem a desinformação e garantias de que os meios de comunicação europeus sejam diversificados e sustentáveis. A UE já apoia uma série de iniciativas destinadas a garantir que todos os cidadãos possam compreender e interagir com os meios de comunicação digitais.
Contudo, as ações de desinformação têm-se vindo a fundir cada vez mais com conteúdos genuínos, e as suas fontes tornaram-se ainda mais difíceis de identificar. O impacto é particularmente forte nos casos em que desinformação e propaganda manipuladora foram difundidas por indivíduos com altos níveis de autoridade política, que gozam da confiança e atenção dos cidadãos. Entretanto muita legislação foi sendo introduzida, bem como medidas políticas de vários Estados da UE e de países terceiros. Também a sociedade civil se tem vindo a organizar, particularmente em relação ao aumento da resiliência contra a desinformação.
Reconhecendo as fake news como um problema emergente, que através dos mais diversos meios e redes de comunicação são criadas e partilhadas; considerando que nos casos mais severos as notícias falsas podem pôr a democracia em causa - aproveitando o descontentamento de franjas da população, originando extremismos, fomentando discurso de ódio ou interferindo nas liberdades individuais e nos direitos à proteção da imagem ou reserva da vida privada, com o objetivo de destruir carreiras ou reputações, torna-se, cada vez mais, de fundamental importância acelerar e diversificar a prevenção e o combate às notícias falsas, de modo a conseguir garantir a diminuição e/ou anulação do seu impacto.
Para isso, a Escola Secundária Leal da Câmara propõe:


Medidas Propostas
  1. Criação de um programa a aplicar nas escolas, a nível nacional, abordando as fake news e a importância de proteger as pessoas e as instituições democráticas. Do programa constariam atividades inclusivas destinadas a todos os níveis de ensino, a desenvolver ao longo do ano letivo, nomeadamente sessões informativas e de partilha, debates, workshops, jogos, palestras, entre outros.
  2. Dinamização generalizada de ações de publicidade institucional nos diversos meios de comunicação (televisão, rádio, internet), de alerta para a problemática das notícias falsas e da sua partilha, abrangendo todas as faixas etárias/grupos-alvo, independentemente do meio de comunicação que cada um mais utiliza.
  3. Criação de um organismo institucional com a responsabilidade de detetar notícias falsas e ações deliberadas de desinformação e de discurso de ódio, com poder sancionatório contra os responsáveis por esse tipo de conteúdos.