Exposição de motivos

O problema da desinformação é tão grave, que se sabe que um site de notícias falsas consegue espalhar este tipo de notícias mais rapidamente do que um site de notícias legítimo. Um dos motivos pelos quais isto acontece, é porque, por exemplo, 6 em 10 notícias que são partilhadas online, não são sequer lidas pelas pessoas que as partilham, apenas o título controverso. A ascensão das redes socias tem vindo a mudar a forma como recebemos a informação, e como lidamos com ela. Para muitos, o principal meio através do qual se recebem as notícias são precisamente as redes sociais, pelo seu caráter fácil e rápido, e que está à distância de um clique, deixando de ser os meios tradicionais, como os jornais. O problema é que estas novas plataformas que também partilham informação, não seguem a ética e o rigor que os meios tradicionais seguem, pelo que, muitas vezes o conteúdo das notícias não é verificado, ou é manipulado de propósito.
Por outro lado, muitos destes conteúdos têm um caráter controverso, ou carregado de emoção, e este tipo notícias têm mais tendência a ser partilhado do que notícias simples, que não têm a intenção de chocar, mas sim de informar, que é o seu objetivo.
Há formas de podermos verificar a veracidade, mas será que as pessoas estão dispostas a isso? Há ainda um longo caminho a percorrer. A rapidez e a facilidade com que a informação é partilhada online, é o ingrediente essencial para a promoção de notícias falsas. Um povo que não educado, desde cedo a ser cauteloso, a querer saber a fonte, a se questionar, a verificar por si, corre o risco de ser manipulado e vai a reboque dos outros. É urgente que desde muito cedo sejamos direcionados para a verdade. A escola é o local certo para desde a infança sabermos utilizar as novas tecnologias com rigor e cautela. Há que ser rigoroso na pesquisa, devemos sê-lo e assim também as entidades devem também impor medidas de responsabilização de quem não cumpre. As redes sociais, plataformas, sites, devem ser mais rigorosos na aceitação, na partilha, na divulgação da informação. Deve haver uma maior fiscalização dos perfis. Como é possível haver uma tão grande facilidade em criar perfis falsos? A iliteracia digital tem consequências graves para a democracia, para o povo, para os governos, para as entidades, levando a problemas grandiosos pondo em causa o viver em sociedade.

Medidas Propostas

1. Uma disciplina sobre o uso das redes sociais/novas tecnologias desde o 1º ciclo.
   Nessas aulas os alunos aprenderiam a usar a internet de forma segura e a desmascarar/perceber as armadilhas,
   Note-se que as crianças têm acesso à internet e às redes sociais cada vez mais cedo, mas continuam ingénuos, estando expostos a perigos constates.
2. Investir de forma séria na prevenção. Esta deve ser aumentada e tornada mais agressiva, quer seja nas escolas, na televisão, ou ainda na rádio. Curtas-metragens podem ser criadas, programas adequados às diferentes faixas etárias, espaço em horário nobre, debates.
3. Responsabilizar os utilizadores das redes sociais, por exemplo ao não ser possível criar contas sem inserir os dados reais da pessoa. Quando a pessoa tem de assumir aquilo que partilha, pode diminuir a tentação de partilhar informação falsa;
   Enquanto utilizador, termos a responsabilidade de verificar aquilo que estamos a ler, comparando com outras fontes. Se não temos a certeza da veracidade da notícia, não devemos partilhá-la, nem interagir com ela, para que não chegue a mais pessoas.