Exposição de motivos
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O tema das alterações climáticas num país como Portugal, ainda há poucas décadas ruralizado, pobre, sem indústrias de monta (químicas, siderúrgicas, refinadoras petrolíferas, termoeléctricas ou outras), não é devidamente difundido, e compreendido, pela população. Mesmo tendo em conta o manifesto desenvolvimento conseguido após a adesão à União Europeia em 1986, a opinião pública portuguesa continua a interessar-se por outros assuntos considerados mais importantes para a resolução sempre adiada de problemas estruturais para o coletivo nacional. Esquecendo-se que se há problema que mereça o estatuto de definidor de uma estratégia de futuro é sem dúvida este.
Sabem-no uma parte considerável da juventude e pouco mais. A linguagem hermética utilizada para explicar o aquecimento global na comunicação social, associada a um atávico desinteresse pelos assuntos da ciência pode justificar algumas coisas mas não tudo.
A verdade é que Portugal olha para os países onde foi concretizada a segunda revolução industrial – e aproveitados os respetivos lucros dessa época de grande florescimento económico – não se reconhecendo nesse grupo e, desse modo, sentindo-se eticamente dispensada de qualquer compromisso com as reparações ambientais devidas.
Só que a globalização a que hoje se assiste não tolera decisões solitárias a propósito de assuntos que há muito deixaram de ser pertença apenas de alguns. Tudo toca a todos. O que acontecer com a fusão dos lençóis de gelo e dos glaciares polares mais cedo do que tarde vai ter repercussões, por exemplo, na Península Ibérica.
Por isso é que os agentes políticos têm que de uma vez por todas unirem-se à volta de uma estratégia comum. Definindo metas na substituição dos combustíveis fósseis pelas energias alternativas. E, antes de tudo o resto, fomentando o exercício inteligente por parte da opinião pública sobre este tema. Como? Só há uma via possível para se atingir este desiderato: através da escola ministrando informação consistente às novas gerações.
Na disciplina de Cidadania e nas outras a propósito das matérias viradas para o futuro. Dando conta aos jovens das novas formas de viver em harmonia com a natureza e com eles próprios. Fazendo com que nada seja imposto mas antes escolhido. Passando assim o testemunho de um tempo que está a terminar para outro que está a começar.
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Medida proposta 1.:
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Como a escola é o último suporte de origem e fim coletivos, capaz de passar uma mensagem unificadora desde que pertinente, propomos que nos currículos das disciplinas se procure atingir uma maior literacia científica, nomeadamente à volta do tema das alterações climáticas. Como a teoria associada à prática quotidiana tem um outro valor no processo da aprendizagem, propomos que, nas cantinas escolares, seja sempre disponibilizado um segundo menu, este de natureza vegetariana ou então vegana.
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Medida proposta 2.:
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Considerando que nas opções em termos de infraestruturas de transportes preteriu-se as alternativas ferroviárias em relação às rodoviárias;que o transporte coletivo tem sido mal administrado, sendo substituído pelo transporte próprio; que a utilização nos automóveis de combustíveis fósseis constituiu uma escolha dos decisores políticos; Propomos que volte a haver investimento nas ferrovias, que os transportes públicos sejam fomentados e que a compra de carro elétrico seja facilitada pelo Estado.
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Medida proposta 3.:
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Levando em conta que a utilização de energias fósseis contribui decisivamente para o aquecimento global, sugere-se que Portugal volte a apostar na produção e desenvolvimento das energias alternativas, incentivando-se a compra por parte dos particulares e dos empresários, através de comparticipação estatal, de formas novas e saudáveis de abastecimento energético.
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